Alvo de investigação, Ricardo Salles pede demissão do Ministério do Meio Ambiente

Alvo de duas investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão na tarde desta quarta-feira, 23, ao presidente Jair Bolsonaro. A exoneração já foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Assume a pasta Joaquim Álvaro Pereira Leite, que ocupava Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta.

De acordo com o jornal O Globo, Salles teria alegado motivos familiares para deixar o cargo. Mesmo com apoio do Planalto, o ministro vivia sob pressão a cada dia maior de ambientalistas e da comunidade internacional, que cobravam sua exoneração.

A situação de Salles no cargo ficou mais frágil no final de maio, após a Polícia Federal deflagrar operação apontando suposto favorecimento de empresários do setor de madeiras em ações do Ministério do Meio Ambiente – envolvendo inclusive modificação de regras de fiscalização – com o objetivo de regularizar cargas apreendidas no exterior.

Indicado para o lugar de Salles, Joaquim Leite é próximo do agora ex-ministro e também participava de ações de combate ao desmatamento ilegal no Ministério do Meio Ambiente. Com a saída de Ricardo Salles da pasta, ações contra ele que estavam com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, passarão para a primeira instância da Justiça Federal.

Salles deixa o Meio Ambiente após dois anos e meio no cargo, em passagem marcada por polêmicas com ambientalistas e alinhamento com grandes produtores rurais. Em um dos momentos mais marcantes da gestão, o agora ex-ministro chegou a afirmar, em maio de 2020, que o governo deveria aproveitar atenção da mídia voltada para a Covid-19 para "passar a boiada" e "mudar regras" relativas à preservação ambiental no País.

Veja o momento em que Salles oficializa demissão do Ministério da Meio Ambiente:

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