Tasso diz que Marcelo Queiroga não tem autonomia para ser ministro

"Se alguém está provocando aglomeração, provocando aumento de casos, aumento de mortes e o senhor não tem nada a ver com isso, então o senhor não é ministro da Saúde"

O senador cearense Tasso Jereissati (PSDB) criticou a realização da Copa América no Brasil, na iminência de uma terceira onda de Covid-19, e afirmou ao ministro da Saúde Marcelo Queiroga que ele não tem autonomia para guiar a pasta no enfrentamento ao vírus.

O tucano ressaltou o que considera ter sido um ponto de contradição da passagem relâmpago da médica Luana Araújo pelo governo Bolsonaro. Ela não chegou a ser oficializada na Secretaria de Enfrentamento à Covid, mas trabalhou por dez dias em Brasília. 

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Tasso lembrou que Queiroga disse a deputados federais que a médica havia sido aprovada nos critérios técnicos, mas reprovada nos políticos, pelos quais Jair Bolsonaro seria o responsável. 

"Não é assim. Um cargo dessa importância, neste momento, não é através de indicação política ou desindicação política que é tratado. É preciso aquele que tem firmeza da sua autonomia defender o ponto de vista e dizer que não aceita nenhum tipo de interferência", opinou o congressista.

Tasso ainda afirmou que Bolsonaro frequentemente desautoriza o ministro quando, após diretrizes da pasta em prol do uso de máscaras, por exemplo, o presidente aparece publicamente sem o equipamento, causando aglomerações.

"O presidente da República é uma instituição que lidera e faz referência ao País. Ele (Bolsonaro) desorganiza e boicota suas orientações", afirmou.

Queiroga disse que já havia respondido as questões lançadas por Tasso. Ele apenas reforçou o compromisso da pasta com a disseminação de informações sobre os cuidados para prevenir a infecção - como uso de máscara e distanciamento -, chamadas "medidas não-farmacológicas".

Tasso se indigna 

O médico cardiologista sequer fez defesa de sua autonomia. Não fez também menção ao comportamento negacionista do presidente Jair Bolsonaro. Tasso então novamente o apertou com pergunta, questionando-o se acredita no poder de convencimento de campanhas institucionais enquanto o "chefe" dele adota práticas diametralmente opostas.

"Senador, eu faço minha parte. Não compete a mim julgar os atos do presidente da República", respondeu, para a insistência de Tasso.

"Compete, ministro, pelo amor de Deus. Então, o senhor não é ministro da Saúde. Se alguém está provocando aglomeração, provocando aumento de casos, aumento de mortes e o senhor não tem nada a ver com isso, então o senhor não é ministro da Saúde."

Queiroga afirmou que é "ministro da Saúde de um governo presidencialista", argumentando novamente que não compete a ele fazer comentários sobre Bolsonaro, ao que Tasso respondeu que ele deveria tomar "atitudes claras".

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