Mayra afirma jornalista promoveu "extração indevida de dados" em aplicativo TratCov

Secretária desmentiu versão do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e afirmou que um jornalista acessou o aplicativo e o colocou no ar, usando informações fora de contexto

Em sessão da CPI da Covid-19 nesta terça-feira, 25, ao ser questionada se a plataforma TrateCov, que indicava uso da cloroquina, havia sido hackeada, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, confirmou a versão e citou o nome de um jornalista. Porém, logo depois, a médica entrou em contradição e desmentiu a versão, defendendo que o episódio não se refere a um "hackeamento", mas de "extração indevida de dados". 

"Ele não conseguiu hackear. Hackear é quando usa a senha de alguém, entra dentro de uma plataforma. Foi uma extração indevida de dados. O termo que foi utilizado foi um termo de leigos. Hoje temos um laudo pericial que classifica a operação feita de extração de dados", afirmou a Mayra. 

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Em sua primeira fala, a secretária, conhecida pela defesa do uso do medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19, o jornalista Rodrigo Menegat foi citado como o hacker da plataforma TrateCov, do Ministério da Saúde, criada ainda na gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello. Após outra pergunta do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre as alterações feitas pelo suspeito, Pinheiro defendeu que o termo estava sendo empregado de forma incorreta para designar a ação cometida por Menegat.

"Todos nós, leigos, a primeira ideia que nós fazemos que a gente diz que alguém invadiu o dispositivo é hackeamento. Ele não conseguiu, o sistema é seguro, ele não conseguiu hackear", disse a médica. A versão conflita com a dita pelo ex-ministro Eduardo Pazuello, em depoimento na última semana. Segundo ele, o aplicativo tratava-se de um protótipo e que um ataque hacker fez com que a plataforma ficasse disponível. 

O ministério retirou o aplicativo do ar no dia 21 de janeiro, depois que foi revelado que a ferramenta recomendava o "tratamento precoce" a pacientes com sintomas que poderiam ou não ser da Covid. O relator perguntou à depoente o que justificou a medida. Ela respondeu: "Para investigação. Nós tivemos da imprensa uma notificação que nos estávamos orientando".

Logo depois, Renan intercalou: "Isso é uma informação absolutamente nova. Não houve alteração, então nada justificaria a retirada do ar. A informação que o Pauzuello trouxe aqui e que foi outra mentira é que havia uma deturpação e um desvio da finalidade do TratCov". 

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