Omar Aziz ameaça dar voz de prisão a Pazuello caso o ex-ministro minta em novo depoimento à CPI da Covid

Requerimento para reconvocação do general e ex-ministro da Saúde à CPI já foi apresentado e será votado nesta terça-feira, 25

O senador e presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), ameaçou dar voz de prisão ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, caso o general minta em um novo depoimento à comissão que apura a gestão do governo federal na pandemia. “Se mentir, saíra algemado de lá”, ameaçou o senador.

“Ele não vai mais brincar com a CPI da Covid e nem com a população. Ele não tirará essa graça”, afirmou Aziz, que ainda desafiou: “Se ele tiver com habeas corpus, eu não vou poder prender, manda ele ir lá sem habeas corpus”. A fala foi durante entrevista ao portal UOL nesta segunda, 24.

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O requerimento para reconvocação de Pazuello já foi apresentado e será votado na terça-feira, 25. Assim como fez da primeira vez, a expectativa é que o general solicite um novo habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF) e se apresente na condição de investigado, o que lhe dá o direito de calar sobre determinados assuntos.

Pazuello esteve no domingo, 23, junto ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em ato no Rio de Janeiro. Sem máscara de proteção em boa parte do evento, o ex-ministro discursou para os apoiadores que se aglomeravam. Com a ação, o general corre risco de ser punido pelo comando do Exército, que proíbe que seus oficiais participem de manifestações político/partidárias sem autorização prévia.

Em conversa na manhã de hoje, 24, com jornalistas, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), general reformado, disse considerar “provável” uma punição contra Pazuello dentro da corporação. Ele aposta que o general e ex-ministro seja transferido da ativa para a reserva.

À CPI, Pazuello foi acusado de mentir nos dois dias em que foi inquirido. O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apontou 15 mentiras e contradições no depoimento. Já o presidente Omar Aziz afirma que o ex-ministro aproveitou do recurso do habeas corpus para mentir sem correr o risco de ser preso.

Muitas vezes questionado sobre a tolerância observada em favor de Pazuello, Aziz, no entanto, endureceu o tom. “Não espere que eu tenha paciência se amanhã eu tiver a decisão de prender um depoente mentiroso”, disse, justificando que o atual processo de consolidação da investigação garante que ela não seja encerrada caso algum depoente saia preso, diferente do que poderia acontecer logo nos primeiros dias.

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