CPI da Covid: presidente da Anvisa explica por que órgão negou importação da vacina indiana Covaxin
Segundo o representante da empresa, a análise do imunizante não passou pela fase da certificação de boas práticas, que envolve uma sequência de fatores. Outras vacinas passaram pelo mesmo processoA Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia ouve nesta terça-feira, 11, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres. Ele é o quarto a depor na comissão. Durante perguntas feitas pelo senador Renan Calheiros (MDB), Antônio explicou os motivos que levaram a agência a negar, por unanimidade, a importação da vacina indiana Covaxin, em março deste ano.
Segundo o diretor-presidente, a análise do imunizante não passou pela fase da certificação de boas práticas, que envolve uma sequência de fatores, e cujo processo também foi realizado análise de outras vacinas. As não conformidades identificadas, segundo ele, representavam risco significativo na fabricação e a garantia de qualidade da vacina indiana, o que implicou em risco sanitário aos usuários. São elas:
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Importação:
"Faltou ausência do relatório técnico, ou seja, relatório da autoridade reguladora do país de origem que aponta a segurança e eficácia. "Comprovar isso através dos métodos que chegaram a esse índice".
Inspeção na fábrica:
"Foi apontado que o método de potência da vacina não usava o método de controle específico para quantificar o conteúdo antigênico e o conteúdo da vacina. Uma vacina é tão potente quando consegue induzir no organismo do vacinado uma reação de defesa. Não basta atestar essa potência, é necessário mostrar esse processo, ele não foi demonstrada".
Ausência da validação da inativação viral:
"A plataforma dessa vacina trabalha com o próprio coronavírus inativado, essa inativação não pode ser também só testada, tem que ser validada. Validação é realizar um processo exaustivas vezes e obter sempre o mesmo resultado. Analisar umas 20 vezes e chegar sempre ao mesmo resultado, isso torna aquele procedimento válido e essa vacina precisa usar o vírus da Covid inativado, sem possibilidade de causar doença, mas causar defesa. Essa inativação não foi demonstrada".
Esterilização:
"Não adotaram as preocupações necessárias para garantir a esterilidade do produto. Ele deve vir completamente isento de qualquer contaminante bacteriano ou qualquer outro agente que possa induzir a outra infecção, isso não foi demonstrado".
Pureza:
"Não possui estratégia de controle adequada para garantir a pureza. A pureza é inexistência de qualquer outro agente mesmo que não seja contaminante. Uma poeira, um elemento externo, uma molécula que não era pra está lá, isso não foi bem demonstrado".
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