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Questionada na Justiça, candidatura coletiva lança comitê em Fortaleza: "Vamos até o TSE"

"Estamos sendo punidos porque somos absolutamente transparentes", diz Renato Roseno. Candidatas rejeitam tese de indução ao erro apontada pelo MP

A Nossa Cara (Psol), candidatura de três mulheres que buscam coletivamente uma das 43 vagas da Câmara Municipal de Fortaleza, lançou neste sábado, 3, comitê de campanha no Rodolfo Teófilo. Participando do ato, o candidato do Psol à Prefeitura, Renato Roseno, destacou que o partido não desistirá da candidatura, alvo de questionamento na Justiça.

Na última quinta-feira, 1, a promotora Ana Maria Gonçalves Bastos de Alencar entrou com mandato de impugnação contra a candidatura, alegando ausência de respaldo jurídico para o modelo coletivo. Ela alega ainda que, como apenas Adriana Gerônimo teria se cadastrado de fato junto à Justiça Eleitoral, o anúncio do mandato coletivo “induz o eleitor ao erro”.

"É exatamente o contrário, nós estamos sendo punidos porque somos absolutamente transparentes. O eleitor está sabendo que, ao votar 50.180, ele vai votar nas três", diz Roseno, que destaca exemplos de candidaturas coletivas já eleitas em todo o País, como a Bancada Ativista (Psol) na Assembleia de São Paulo. “Vamos até o Tribunal Superior Eleitoral”, afirma.

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Formada pela “candidata oficial” – que assina a ficha de candidatura em si – Adriana Gerônimo e pelas “cocandidatas” – que participarão igualmente de todas as decisões do mandato – Louise Santana e Lila M. Salú, a Nossa Cara se descreve no material de campanha como “um coletivo para ocupar a política com pessoas habitualmente estão fora desses espaços”.

“Não há indução ao erro. Nosso material, nossa apresentação, desde o início fomos muito transparentes com relação a tudo isso”, diz Adriana Gerônimo. “O que temos sentido é uma grande recepção das pessoas com relação à ideia. Podem estranhar um pouco de início, mas fica muito claro depois que a gente abre esse diálogo. É uma modalidade nova”, diz.

Além da Nossa Cara em Fortaleza, o Psol deve investir em candidaturas coletivas em diversos outros municípios, como Maracanaú, Caucaia, Iguatu, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte e Crato. Lila destaca que o diálogo proposto pela candidatura não é centrado só na questão da coletividade, mas também do próprio papel da representatividade e do trabalho do vereador.

“Historicamente essas vagas são ocupadas nominalmente por uma pessoa, mas a gente sabe que a estrutura, na hora de ser ocupada de fato, não se dá de forma individual. Todo mandato é coletivo, muitas vezes trazendo para dentro aliados que fazem o contrário do que o candidato queria propor. Nós vamos no contrário, deixamos bem nítido quem somos”, diz Louise.

A ação do MP, no entanto, contesta, destacando ausência de registro dos nomes de Louise e Lila na disputa. “Logo, entende-se que, as três indicadas no grupo Nossa Cara, caso quisessem concorrer à vaga de vereador, deveriam ser filiadas a um partido político, ser escolhidas em convenção e apresentar, individualmente, seus respectivos Registros de Candidatura”.

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