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Bolsonaro faz piada com pessoas gordas, ironiza a misoginia e incentiva trabalho infantil durante live com criança

As declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), ocorreram em transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 10

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), fez uma série de declarações preconceituosas contra pessoas gordas e machistas ao questionar a existência da misoginia. Durante a live, que era acompanhada por uma criança de 10 anos que se apresenta como influenciadora digital e “jovem repórter”, ele ainda fez incentivos ao trabalho infantil no Brasil.

A criança presente se trata de uma influenciadora das redes sociais que ficou famosa nas redes sociais ainda em 2018, quando entrevistou Jair Bolsonaro em uma festa de rodeio no município de Barreto, em São Paulo, durante a pré-campanha presidencial. Ela já fazia vídeos conversando com cantores e artistas famosos, principalmente do âmbito sertanejo. Foi com ela que Bolsonaro iniciou a conversa preconceituosa contra pessoas gordas. O POVO optou por preservar a identidade da criança.

Ele perguntou à menina se hoje, quinta-feira, 10 de setembro, seria comemorado o “Dia do Gordinho” e questionou se uma pessoa gorda poderia salvar a vida da garota. Ela prontamente disse que sim e mencionou uma situação onde seria atacada por um urso e, por ser magra, iria conseguir correr mais rápido que a pessoa gorda, que seria atacada pelo urso.

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Os dois riram dos comentários. Bolsonaro ainda acrescentou, se referindo a uma das pessoas de sua equipe de filmagem, “se for comer o Terso, vai ser muita gordura. O urso vai passar mal". Na sequência, o presidente lembrou uma ocasião na qual foi chamado de misógino. Ele afirmou que não sabia que significa o termo e que pediu a um assessor lhe explicar do que se tratava. “Pra eu saber se estava sendo xingado ou elogiado”, completou.

Diante da definição do termo, que é utilizado para se referir a pessoas com comportamentos machistas que têm repulsa à mulheres e a qualquer símbolo feminino, Bolsonaro ironizou a acusação. "Então, se eu não gosto de mulher, é sinal de que eu gosto de homem. Quem não gosta de mulher gosta de homem, é isso?", completou em tom sarcástico sobre o tema e questionando alguns apoiadores homens, que acompanhavam a live, se eles sabiam da existência e significado do termo.

Em sequência, já no fim da transmissão ao vivo, o presidente elogiou a história de um garoto que estava trabalhando como engraxate nos terminais de ônibus para comprar um presente de "Dia dos Pais". Ele disse que não apurou se a história era verdadeira ou não, mas que deveria "ser vista como exemplo". "Molecada quer trabalha, trabalha", afirmou.

Bolsonaro disse ainda que o trabalho fazia bem para as crianças e que não via nenhum problema caso as crianças realmente quisessem trabalhar. O líder do Executivo ainda usou sua história como um exemplo dos "benefícios" do trabalho durante a infância, afirmando que só é o homem que é hoje por ter trabalhado aos 12 anos de idade. "Hoje se está na cracolândia, ninguém faz nada com o moleque", completou, associando a falta de trabalho na infância como um fator que iria conduzir os jovens à dependência química. 

A live teve cerca de 36 minutos de duração e poucos temas foram comentados. Ainda no início da transmissão, Bolsonaro afirmou que não convocou nenhum ministro em específico para responder qualquer questionamento na live e que não iria responder a perguntas, pois, conforme declarou: “Como vocês sabem, o que eu responder aqui vai ter grandes distorções por parte da grande mídia”.

Uma das pautas tratadas na transmissão foi a questão ambiental, voltado especificamente para o pedido de sanação do Projeto de Lei que aumenta a pena para crimes de maus-tratos contra cães e gatos. Bolsonaro ponderou que o aumento da pena para até cinco anos de prisão lhe parecia “desproporcional”.

Outra questão abordada foi a do aumento significativo de preço em produtos da cesta básica. Bolsonaro pontuou que não poderia fazer nada a respeito e que não iria intervir no valor ou nas taxações feitas aos supermercados pois “Senão, isso aqui (Brasil), vira uma Venezuela. Lá é tudo tabelado e não tem nada”. Ele pontuou ainda que deveria ser respeitado a “lei da oferta e da procura”.

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