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Tasso defende criação de frente ampla, mas vê postura de Lula como "impedimento"

Senador classificou como "desejável" a criação da unidade partidária contra o autoritarismo representado pelo governo Bolsonaro, mas não vê impeachment como saída a curto prazo
12:24 | Jun. 12, 2020
Autor Redação O POVO
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O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) avaliou o atual cenário político e econômico brasileiro e o processo de criação de uma frente ampla como oposição ao governo Bolsonaro. O parlamentar destacou que as ações do ex-presidente Lula representam um impedimento para a criação dessa unidade.

Em entrevista à revista Época, Tasso classificou como "desejável" a criação da frente ampla. "Temos um ponto que nos une, que é o combate à pandemia. E temos a defesa da democracia. Todos estamos preocupados com o futuro de nossa democracia", disse.

Sobre Lula, o senador diz que ele "saiu da prisão numa posição muito radical e muito parecida à que o PT tinha nos anos 1980 e 1990. Aquele PT que não admitia alianças, que tinha uma visão sectária. A principal liderança de esquerda agir dessa forma hoje é, sim, um impedimento (para a criação da unidade), ainda que não seja a posição oficial do partido", comenta.

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Tasso ressalta que lideranças começam a dialogar mesmo sem a presença de Lula, como mostrou debate recente entre FHC, Ciro Gomes e Marina Silva. Além disso, governadores de esquerda, como Camilo Santana (PT-CE) e Flávio Dino (PCdoB-MA) participaram de debates com lideranças de outros espectros políticos, sinalizando abertura ao diálogo.

A respeito de eventual impeachment de Bolsonaro, Tasso diz não vê-lo ocorrendo em curto prazo a não ser que haja um fato novo como, por exemplo, situação na qual o Executivo descumpra ordem judicial do STF.

"Enquanto não tivermos a pandemia pelo menos sob controle, não podemos desfocar disso. E depois vem a crise econômica e social, que será profunda. Agregar a isso uma crise política acompanhada de um processo de impeachment não me agrada pessoalmente e nem à maioria dos políticos com quem tenho conversado".

Neste cenário, a Frente Ampla seria formada não no sentido de gerar impeachment, mas de mobilizar a opinião pública para a defesa prática da democracia, tendo em vista momento no qual discursos autoritários e ameaças veladas ganham força.

"Trata-se de uma conscientização das pessoas, de mostrar que não vamos conviver com risco democrático, que isso não é aceitável. Um sociedade ativa frustra qualquer plano autoritário", finaliza. 

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