Desembargador que determinou soltura de Temer ficou 7 anos afastado do cargo
As acusações contra ele eram de estelionato e formação de quadrilha, em 2004O desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) responsável pela soltura do ex-presidente Michel Temer, Antonio Ivan Athié, chegou a ficar sete anos afastado do cargo por ter sido alvo de uma ação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). As acusações contra ele eram de estelionato e formação de quadrilha, em 2004.
Foi arquivado em 2008, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), um inquérito contra ele com as mesmas acusações. O órgão alegou que não foram encontradas provas a respeito de Athié ter proferido sentenças em conluio com advogados. As atividades foram, então, retomadas em 2011, após decisão do STJ. Em 2013 um habeas corpus encaminhado pela defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi acatado, trancando a ação contra o desembargador.
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Em uma sessão anterior do TRF-2 em que era julgada Operação Pripyat, desdobramento da Lava Jato no Rio, o desembargador chegou a comparar propina à gorjeta. “Nós temos que começar a rever essas investigações. Agora, tudo é propina. Será que não é hora de admitirmos que parte desse dinheiro foi apenas uma gratificação, uma gorjeta? A palavra propina vem do espanhol. Significa gorjeta”, justificou.
Athié também esteve envolvido em polêmicas referentes ao bicheiro Carlinhos Cachoeira e ao ex-presidente da construtora Delta Fernando Cavendish, sob acusações de lavagem de dinheiro.
Seu afastamento foi solicitado pelo MPF após o desembargador ter concedido habeas corpus aos investigados. Antes que a decisão do afastamento fosse tomada, Athié se declarou impedido.