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Após tirar caixa 2 de pacote anticrime, Moro diz que prática "não tem a mesma gravidade que corrupção"

Em palestra na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em 2017, ele disse a estudantes que "a corrupção para financiamento de campanha é pior que para o enriquecimento ilícito"
18:44 | Fev. 19, 2019
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O pacote anticrime do Governo Federal foi fatiado em três para a apresentação na Câmara e no Senado. Com isso, caixa 2 passa a ser tratado em um projeto à parte. A informação foi confirmada nesta terça-feira, 19, por Sergio Moro, titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que acredita que a prática “não tem a mesma gravidade que corrupção”.

"Houve uma reclamação por parte de alguns agentes políticos de que caixa 2 é um crime grave, mas não tem a mesma gravidade que corrupção, que crime organizado e crimes violentos. Então nós acabamos optando por colocar a criminalização [de caixa 2] num projeto à parte", justificou à Folha de S. Paulo.

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A mudança de opinião e no projeto anticrime foi tomada por temer derrotas na Câmara e no Senado. Na avaliação do governo, a resistência de parlamentares à criminalização do caixa 2 colocaria em risco a aprovação do pacote proposto por Moro para combater a corrupção, o crime organizado e a violência nas cidades. Com a alteração, o projeto tramitará mais facilmente nas Casas, segundo dois auxiliares da Casa Civil à Agência Estado.

Interlocutores do Planalto no Congresso apontaram, nas discussões internas sobre a versão final do projeto, dificuldades para dobrar a resistência entre deputados e senadores - parte deles alvo de investigações por doações não contabilizadas em campanhas eleitorais.

O pacote, que envolve 14 leis, ainda precisa passar por comissões do Congresso e serem aprovadas pelo plenário das duas Casas, por maioria simples, antes de serem sancionados por Jair Bolsonaro.

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