José Guimarães, do PT, lança nota de repúdio contra declarações de Bolsonaro e Mourão
"Ao governo federal cabe cumprir o seu papel institucional sem qualquer viés ideológico ou partidário", diz trecho da nota.[FOTO1]O deputado federal José Guimarães (PT-CE) lançou nota de repúdio contra declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), sobre as declarações públicas de ambos em relação aos ataques ocorridos no Ceará desde a noite de quarta-feira, 2. "Ao governo federal cabe cumprir o seu papel institucional sem qualquer viés ideológico ou partidário", diz trecho da nota.
Bolsonaro comentou os ataques afirmando que Sergio Moro foi hábil e rápido ao enviar a Força Nacional para o Estado. "Ele foi muito hábil, muito rápido e eficaz para atender inclusive o Estado cujo governador reeleito tem uma posição radical a nós. E o povo do Ceará precisa nesse momento [de ajuda]", declarou Bolsonaro, referindo-se ao governo de Camilo Santana (PT).
Por sua vez, general Mourão afirmou que a culpa da crise é de Camilo, que sempre tratou mal a Polícia Militar do Ceará (PMCE).
Em sua nota de repúdio, Guimarães afirmou que "as manifestações do presidente e do vice não contribuem para a construção de um ambiente necessário ao enfrentamento dos desafios que ora se impõem".
Para ele, as declarações com "forte viés partidário" são emitidas em detrimento dos mais relevantes interesses públicos e das responsabilidades institucionais de todos aqueles que podem atuar para enfrentar, de forma implacável, as forças criminosas.
"Atribuir a pecha de 'radical' ao governador Camilo Santana é, no mínimo, desconhecer sua personalidade e sua postura de governante sempre pautado pela serenidade e pelo diálogo", continua a nota.
Sobre as declarações de Mourão, afirmar que o governo "trata mal a polícia" mostra total desconhecimento de todas as medidas de valorização e promoção da PM adotadas pelo Governo do Ceará nos últimos quatro anos.
Em conclusão, o deputado afirmou que confia na autoridade e competência de Camilo para debelar a situação, impondo ao crime a força do Estado como resposta a qualquer tentativa de intimidação diante das medidas de organização do sistema penitenciário cearense, "sempre na observância da lei".
"Ao governo federal cabe cumprir o seu papel institucional sem qualquer viés ideológico ou partidário. O povo do Ceará merece e exige respeito", conclui a nota.
Redação O POVO Online
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