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Especialistas analisam a união de Cultura e Esportes em mesmo ministério

O "superministério" da Cidadania e Ação Social abarcará também as secretarias que cuidam de Igualdade Racial e Mulheres
12:30 | Nov. 29, 2018
Autor Lucas Braga
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Lucas Braga Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) optou por reunir as pastas de Desenvolvimento Social, Esportes e Cultura no mesmo "superministério" da Cidadania e Ação Social. As ações reunião desde a gestão de programas como o Bolsa Família até a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad), vinculada atualmente ao Ministério da Justiça.
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Osmar Terra (MDB-RS) foi apontado como o titular da pasta, em anúncio feito na tarde dessa quarta-feira, 28. Ex-ministro do governo Michel Temer (MDB), Terra é o 19º nome definido para o governo Bolsonaro. Ligado à bancada ruralista, Terra comandou o Ministério do Desenvolvimento Social de maio de 2016 até abril deste ano.

[SAIBAMAIS] 

A antropóloga Cláudia Leitão, diretora do Observatório de Fortaleza, ex-secretária da Cultura do Ceará e ex-secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC) afirma que a mudança foi feita "sem reflexão e sem compreensão da complexidade da cultura".
 
Ouça a análise:
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Ela salienta que o MinC também é composto por órgãos colegiados e conta com sete entidades vinculadas, sendo três autarquias e quatro fundações: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Agência Nacional do Cinema (Ancine), Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), Fundação Cultural Palmares (FCP), Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fundação Biblioteca Nacional (FBN).
  
"Nós, gestores, pesquisadores, realizadores, artistas, movimentamos uma economia e temos posição estratégica no mundo. Em países mais desenvolvidos, a cultura tem papel fundamental no simbólico, no antropológico, na perspectiva econômica. Na França, Cultura está com a Comunicação. Aqui, até com Turismo poderia dar certo; ou se fosse pelo menos volta ao MEC, onde a cultura era respeitada... mas nesse sentido é uma infâmia", opina Cláudia, fazendo referência ao Ministério da Educação e Cultura (1953 a 1985). 
 
Já Américo Ximenes, mestre em Gestão Esportiva, acredita que a iniciativa pode dar certo, com a redução de custos e "enxugamento da máquina". Ele é professor do Colégio Militar de Fortaleza, da rede estadual de ensino e do Instituto Dom José/Universidade Estadual Vale do Acaraú (IDJ/UVA).
  
"Há necessidade de reduzir a politicagem e a troca de favores e apadrinhamentos. Houve corrupção no Ministério dos Esportes, no superfaturamento de estádios e com o Bolsa Atleta, por exemplo. Minha preocupação é a funcionalidade. O Brasil requer reestruturação. Alguns órgãos têm peso muito grande como Saúde e Educação, mas há outros que podem funcionar bem juntos. Têm muita coisa a ver", frisa Américo.

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