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MPE investiga suposto grupo de WhatsApp sobre ameaças a eleitores contrários a Bolsonaro

Imagens das conversas foram divulgadas na internet; PSL-RN negou envolvimento
21:46 | Out. 18, 2018
Autor Izadora Paula
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Izadora Paula Estagiária do portal O POVO Online
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Tipo Notícia
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Um grupo de WhatsApp com integrantes residentes no estado do Rio Grande do Norte teve imagens de suas conversas divulgadas na internet. Nos registros, os participantes proferem ameaças e relatam casos de violência contra pessoas que tem posicionamento político contrário ao deles. O Ministério Público Eleitoral (MPE) divulgou, nessa quarta-feira, 17, que havia instaurado um procedimento para analisar as denúncias quanto ao suposto grupo.
 
Intitulado "Opressores RN", o grupo é supostamente composto por apoiadores do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). Nas imagens divulgadas, um dos participantes relata ter feito "uns comunas se mijarem ontem", referindo-se à comunistas.
 
Um outro integrante do grupo afirma ter passado em "5 zonas do interior apontando minha Taurus (arma) na cara desses fdp e avisei se não votar 17 passo o ferro". 
 
No último dia 16, o Partido Social Liberal (PSL), sigla de Jair Bolsonaro, divulgou informativo em sua página oficial do Facebook onde afirma não ter nenhum vínculo com o grupo. "Pensamos que se trata de uma situação fabricada para tentar gerar fato novo. Nossa campanha, todos sabe, tem sido pautada pela ética, lisura e tranparência", disse o comunicado.
  
Uma nota também foi divulgada pelo coordenador geral da campanha, General Araujo Lima, reforçando a não veracidade do grupo e pedindo que não repassem as imagens. "Comunica a todos que tais mensagens devem ser descartadas para que não venham a confundir o nosso eleitor com relação ao Programa do Governo Bolsonaro, direcionado, acima de tudo, para os bons costumes de toda a sociedade brasileira", diz trecho da nota.
 
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Após a análise dos indícios de veracidade, ou não, do diálogo, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte deverá decidir sobre a necessidade de apuração de crime registrado no Código Eleitoral, que configura a seguinte infração: "Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos".
 
Caso a investigação aponte que o grupo é falso e foi usado para publicidade negativa do candidato, o procedimento será encaminhado para algum dos procuradores auxiliares eleitorais. 
 
Em entrevista a um jornal do Rio Grande do Norte, dois portadores dos números divulgados na imagem se disseram inocentes e afirmaram estar sofrendo ameaças por conta da exposição. Os dois se disseram eleitores de Jair Bolsonaro, mas garantiram não ter nenhum vínculo com o grupo, dizendo-se surpresos com a existência das conversas. Os homens não foram identificados por questão de segurança.
 
Em conversa com O POVO Online, Heitor Freire, líder do PSL no Ceará, afirma que recebeu informações de contatos no Rio Grande do Norte de que militantes contrários ao presidenciável do partido tem se vestido como eleitores de Bolsonaro para tentar sujar a imagem do capitão. "Estão sendo feitas carreatas falsas, com dois ou três carros, em que os participantes saem nas ruas ofendendo e xingando as pessoas na rua". 
 
Heitor acredita que sejam movimentos da esquerda, possivelmente apoiadores da campanha petista, que estejam tentando fazer uma campanha negativa no estado. "A esquerda está desesperada. Essas atitudes demonstram isso". Para ele, o suposto grupo de WhatsApp também tem o mesmo objetivo. 

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