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"O dependente precisa de carinho", diz candidato ao Senado João Saraiva sobre políticas de drogas

O candidato da Rede ao Senado também respondeu sobre temas como liberalização das armas e legalização do aborto
13:00 | Set. 14, 2018
Autor Wanderson Trindade
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Wanderson Trindade Repórter
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Tipo Notícia
Postulante ao Senado Federal pela Rede Sustentabilidade (Rede), João Saraiva participou nesta quinta-feira, 13, da Live Política, no perfil do O POVO Online no Facebook. Durante entrevista concedida ao jornalista Ítalo Coriolano, o candidato não se esquivou de temas como liberação das armas, legalização do aborto e das drogas.
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Eu defendo a descriminalização das drogas. Se você pega um dependente, ele está doente. Ele precisa ser curado, tratado”, disse. O candidato complementa dizendo que não considera “justo” o aprisionamento de quem consome entorpecentes. “Ele precisa de carinho da sociedade, do Estado, da família. Você não pode pegar uma pessoa dessas e jogar em uma cela com um traficante. Não é justo isso”, enfatizou.
  
Questionado sobre seu posicionamento quanto ao aborto, ele afirmou que, por ser ambientalista, defende “a vida na sua mais completa complexidade”. “Então é difícil ser a favor do aborto”, declara, mas reitera que se posiciona conforme Marina Silva, candidata à presidência da República pelo seu partido. “A ideia é chamar um plebiscito para deixar na mão da sociedade para que ela decida o que quer, assim como aconteceu na Argentina e em vários outros países”, exemplificou.
  
Durante a entrevista, o candidato ao Senado celebrou resultados obtidos pela atual gestão do governador Camilo Santana (PT) nas áreas da educação e da regulamentação do Parque do Cocó. “Mas tem um lado muito ruim que é da segurança pública, que é terrível”, ponderou, informando que a Rede pretende implantar um Sistema Nacional de Segurança Pública.
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Saraiva declara que o plano é criar um sistema único para área, parecido com o Sistema Único de Saúde (SUS), contando com a participação das gestões municipais, estaduais e federal. Segundo ele, o Executivo federal deve ser o “maestro” da segurança pública, não podendo “dar as costas” para os estados.
  
“É preciso uma agência de inteligência muito forte, por exemplo, para combater essas facções que estão aqui, mas que vieram do sul do País. Não tivemos a inteligência para perceber que elas estavam chegando”, constatou, declarando ainda ser “irresponsável” pensar na liberação das armas para segurança individual.
  
“Sou contra porque acho que é uma irresponsabilidade muito grande achar que cada pessoa pode fazer sua segurança. Quem tem que dar segurança ao cidadão é o Estado”, salientou, lembrando ainda do ataque a faca sofrido por Jair Bolsonaro (PSL), um dos principais defensores do armamento no Brasil. “Se aquele cara estivesse com uma arma? Não podemos estimular esse tipo de saída para controlar a segurança”, reforçou.
  
Marina Silva
Questionado sobre a recente queda de Marina Silva nas pesquisas eleitorais, em que a candidata alternou a segunda posição com Ciro Gomes (PDT), João Saraiva foi veemente: “Pesquisas são momento”. Ele afirmou que existe um “efeito gangorra” sofrido por algumas candidaturas, que ora sobem e ora descem nas consultas.
  
“Nas projeções de segundo turno, ela é a candidata que ganha com mais facilidade do Bolsonaro, assim como do Ciro, do Alckmin e do Haddad”, alegou, mencionando que as principais dificuldades da campanha são a falta de dinheiro e tempo no rádio e na TV. “Mas Marina tem conseguido vencer nesse “olho no olho” e na espontaneidade das pessoas apoiadoras”, tranquilizou Saraiva.
  
Associada à sustentabilidade do meio ambiente, João também lembrou que a presidenciável pela Rede não está em desacordo com o agronegócio. “Não precisa ter medo da Marina, por pensar que ela é contra. O agronegócio está no mundo inteiro. Agora nós temos é que ajustá-lo”, completou.
  
Vida pública
João Saraiva concorreu à Prefeitura de Fortaleza, em 1992, e esteve fora da política nos últimos 8 anos. Com discurso afiado para dizer que tem 35 anos de serviço público, ele enfatiza que nunca respondeu a qualquer processo “por menor que seja”.

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