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Após decisão do TSE, Lula continua a ser destaque na campanha petista no horário eleitoral

Figura do ex-presidente foi destaque tanto na campanha de rádio, que ainda o considerava candidato, como na de tevê, que, apesar de ter se apoiado na imagem de Lula, evidenciou Haddad
19:59 | Set. 01, 2018
Autor Luana Severo
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No primeiro dia após ter seu registro de candidatura negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado na operação Lava Jato, teve seu nome e imagem destacados nas primeiras propagandas presidenciais de rádio e televisão. Na campanha do rádio, veiculada na manhã deste sábado, 1º de setembro, Lula ainda era apresentado como candidato à presidência do Brasil. No entanto, à tarde, em vídeo divulgado também nas redes sociais, apesar de permanecer o apelo à imagem de Lula, foi a figura de Fernando Haddad (PT) que ganhou notoriedade no encerramento da propaganda.
  
“Não vamos cansar. Vamos trazer o Brasil de Lula de volta e libertar os brasileiros de toda essa injustiça”, afirmou Haddad, ao fim do vídeo, depois de ter narrado quase todo ele. Da mesma forma como foi no rádio, o vídeo se iniciou apoiado no posicionamento da Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito da candidatura de Lula.
  
“A ONU já decidiu que Lula poderia ser candidato e ser eleito presidente do Brasil. Mesmo assim, a vontade do povo sofreu mais um duro golpe com a cassação da candidatura do Lula pelo TSE. A coligação ‘O povo feliz de novo’ entrará com todos os recursos para garantir o direito de Lula ser candidato. Não vão aprisionar a vontade do povo”, afirmou o narrador.
 
Assista ao programa:
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Por seis votos a um, o TSE decidiu, sexta-feira, 31, à noite, que Lula não poderia ser candidato pelo PT e que o partido não poderia fazer propaganda eleitoral enquanto não substituísse, num prazo de dez dias, o líder da chapa. Pela madrugada, numa reunião secreta que durou aproximadamente 30 minutos, essa decisão mudou. Ficou valendo que o PT pode fazer propaganda desde que Lula seja retratado somente como apoiador de Haddad — o que submete a imagem do ex-presidente a apenas 25% do tempo total da propaganda.
  
De acordo com o especialista em direito eleitoral Leonardo Vasconcelos, a defesa do ex-presidente Lula tem, pelo menos, duas possibilidades de recurso. Uma de embargo junto ao TSE, se considerar que há ainda algum ponto “obscuro, contraditório”, na decisão colegiada, e, o outro, um recurso extraordinário junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
  
[SAIBAMAIS]O discurso do ex-presidente petista no primeiro vídeo do horário eleitoral teve tom de desafio. “Eu sei como é que eu vou passar para a história, sabe? Eu não sei como eles vão passar. Não sei se eles vão passar para a história como juízes ou como algozes”. Haddad também aproveitou para argumentar que Lula está sendo perseguido politicamente. “É isso que nós não podemos admitir. Ele (Lula) tem o desejo de enfrentar qualquer questionamento. De ordem política, de ordem moral. Ele não tem medo do debate”. 
  
Luizianne Lins (PT), líder petista no Ceará, compreende, mesmo após a decisão do TSE, que, até o momento, “Lula segue candidato”. Até o prazo dado para a substituição do cabeça da chapa, ela afirmou, o PT deve continuar a interpor recurso. “Acredito que, na segunda-feira (3), nós tenhamos uma reunião em que vamos tomar uma decisão definitiva”, projetou.
  
Em coletiva de imprensa em Garanhuns, cidade natal de Lula, Haddad comentou, na tarde deste sábado, que deve apresentar o quadro jurídico ao ex-presidente na segunda-feira pela manhã. “Vamos discutir o que fazer nesses dez dias de prazo”, afirmou.

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