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Prefeito afastado de Saboeiro sofre novo revés em decisão e se diz injustiçado

Enquanto aguarda por determinação judicial, Gotardo diz estar "trabalhando na roça" e que está sofrendo devido suas origens
12:11 | Ago. 04, 2018
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O prefeito afastado de Saboeiro, Gotardo Martins (PSD), sofreu o terceiro revés seguido em decisões da Justiça após ser afastado em julho de 2017, com a deflagração da Operação Avalanche. Proferida no último dia 24, a decisão em terceira instância do ministro Humberto Martins, vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), mantém o afastamento cautelar.
  
A Operação Avalanche investiga fraudes cometidas em licitações e superfaturamento de contratos na prefeitura da cidade, que fica a 349 km de Fortaleza. Após Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa, o prefeito e outros oito agentes públicos foram afastados de suas funções. Também foram bloqueados R$ 3,4 milhões dos suspeitos.
  
Em entrevista por telefone ao O POVO Online, Gotardo Martins manifestou sentimento de "injustiça". Afirmando que tem aguardado por decisão definitiva, o prefeito afastado informou que, mesmo sem poder exercer o direito político, sua vida "continua a mesma".
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"Estou esperando a Justiça decidir. Estou em minha casa, em Saboeiro, com minha familia e amigos", relatou. Enquanto aguarda por determinação judicial, Gotardo diz estar "trabalhando na roça" e que está sofrendo devido suas origens.
 
"Por que ninguém toma providência em meu favor? Por que sou pobre, analfabeto e do interior? Eu não matei ninguém, não roubei nada. Estou sendo injustiçado", declarou o prefeito, que foi eleito em 2016, ainda no primeiro turno com pouco mais de 50% dos votos válidos.
 
Um ano depois, porém, se viu envolvido na operação que custou o cargo executivo na prefeitura. Recorreu da decisão de afastamento na Comarca de Saboeiro e posteriormente no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), sendo derrotado em ambas.
  
Na deliberação da última semana, o vice-presidente do STJ não viu artigos suficientes para reverter as sentenças das instâncias inferiores pelo "evidente interesse pessoal" de Gotardo em "retornar ao exercício de suas funções públicas, o que caracteriza a descabida utilização da via suspensiva como se recurso fosse."

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