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Numeração que remete ao PCC aparece em vídeo da campanha de Alckmin

O episódio ocorre após Alckmin negar que os líderes de facções criminosas, como o PCC, dão ordens e comandam o crime organizado de dentro das penitenciárias
13:00 | Ago. 31, 2018
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Circula nas redes sociais vídeo do jingle de campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República, intitulado “O Brasil é Geraldo”, onde a numeração que remete à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) aparece escrita sobre a bandeira do Brasil. A assessoria de imprensa do tucano afirma que as imagens foram editadas.
 
Na versão compartilhada por internautas, no lugar da expressão “Ordem e Progresso”, lê-se “1533”, como também é identificada a facção transnacional, que surgiu em São Paulo. Na ordem alfabética, o número 15 representa a letra P. Já o 3 equivale a letra C.
 
O vídeo, supostamente filmado em uma comunidade paulistana, e que leva o selo do portal Poder 360, é praticamente idêntico ao que está disponível para download no site do tucano. Ele seria uma versão bruta do material de campanha, classificada pela assessoria de imprensa do candidato como “não oficial”.
 
Em dois momentos, era possível ver a bandeira com a numeração. Na versão disponível no site de Geraldo, contudo, as imagens sofreram cortes. Na primeira aparição, uma jovem negra caminha utilizando o celular, com a bandeira ao fundo. Na versão oficial, porém, o trecho foi cortado, não sendo mais possível visualizar a bandeira inteira. No segundo momento, a mesma jovem sorri para a câmera, com a bandeira em segundo plano. Na versão final, o rosto da jovem foi enquadrado e a bandeira, desfocada.
 
Em resposta ao compartilhamento do vídeo, classificado como “fake”, a assessoria da campanha do tucano afirmou, em notícia publicada no site de Geraldo Alckmin, que o fato representa “o desespero de quem aposta na violência, na ignorância e na desinformação produziu mais uma mentira na internet”.
 
“Para atacar o videoclipe do jingle da campanha de Geraldo Alckmin, que já tem milhares de visualizações nas redes sociais, os mentirosos de plantão estão espalhando que a peça faria referência a facções criminosas como o PCC. Isso é fake! Para fazer o boato se espalhar, os detratores usaram uma versão não oficial do clipe, que vazou na internet, e a editaram para inserir imagens em alusão ao crime organizado. No governo de Geraldo Alckmin, São Paulo não deu trela a bandido”, diz o texto.
 
O episódio ocorre dois dias após Alckmin negar, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que os líderes de facções criminosas, como o PCC, dão ordens e comandam o crime organizado de dentro das penitenciárias. “Isso aí [a afirmação de que chefes do crime controlam as cadeias] são coisas que vão sendo repetidas e acabam virando verdade”, afirmou o tucano, na última quarta-feira, 29.
 
Conforme O POVO mostrou, no último dia 13 de julho, operação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), revelou como a cúpula do PCC, mantida na Penitenciária II de Presidente Venceslau, comanda a facção e tem total controle das ações criminosas realizadas pela organização, inclusive no Ceará.
 

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