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Cinco motivos que podem atrapalhar Ciro Gomes na disputa pela Presidência

O POVO Online lista pontos negativos, que podem atrapalhar e até impedir a chegada do ex-governador do Ceará ao Palácio do Planalto
17:59 | Jun. 14, 2018
Autor O POVO
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Temperamento explosivo, trocas partidárias e prática familiar de fazer política são pontos vulneráveis de Ciro Gomes (PDT). Preferido de aproximadamente 10% dos brasileiros na última pesquisa realizada pelo Datafolha (em cenário sem Lula), ele disputa vaga no segundo turno com Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB). O levantamento entrevistou 2.824 eleitores de 174 municípios entre quarta, 6, e quinta, 7. Os dados foram divulgados no jornal Folha de S. Paulo.
 
Depois de listar motivos que podem levar o ex-governador do Ceará à Presidência da República, O POVO Online aponta os que podem inviabilizar a chegada do pedetista ao mais alto cargo no Executivo nacional. 
 
Temperamento agressivo
Nas quase quatro décadas de vida pública, Ciro esteve envolvido em muitas polêmicas, a maioria por críticas a desafetos. Nos casos de maior repercussão, xingou o ex-tucano Lúcio Alcântara, à época, governador do Ceará.
 
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Em 2002, quando disputou a Presidência, chamou um ouvinte de “burro” ao vivo. Ciro já se envolveu em rusgas com categorias profissionais. Até hoje, é mal visto por médicos por, supostamente, tê-los comparados a sal: "branco, barato e tem em todo lugar". O ex-ministro, no entanto, nega ter feito qualquer comentário nesse sentido. Pesquisa feita pelo O POVO nos arquivos do jornal não localizou registros de declaração dessa natureza.
 
O cearense também já foi chamado de machista. Em 2002, durante debate político, foi questionado sobre a participação de esposa na campanha. “O papel da minha esposa é dormir comigo”, respondeu. Ele se desculpou pelas declarações. A esposa dele à época, a atriz Patrícia Pillar, também saiu em defesa do político. Contudo, a declaração é constantemente relembrada por adversários. 
 
 
 
Já aos professores e estudantes, causou controvérsia ao rasgar cartaz de manifestantes que pediam maiores investimentos em universidades estaduais.
 
Em maio de 2014, quando comandava a Secretaria de Saúde do Ceará, discutiu com uma mulher quando visitava o Hospital Instituto José Frota (IJF). A paciente questionou o volume de gastos com a Copa do Mundo e ponderou se não seria melhor investir mais na saúde. Ele respondeu: “Vá tratar de sua mãe com essa conversa aí. Ela não quer tratamento nenhum. Deixa ela se virar com a Copa do Mundo dela”. 
 
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Mudanças de partido
Seguido do clã Ferreira Gomes, Ciro já mudou de partido seis vezes desde o início da vida pública, passando por legendas de esquerda, direita e centro. Passados quase 40 anos desde que foi eleito deputado estadual, em 1982, pelo PDS, o ex-ministro já integrou as seguintes legendas: PMDB, PSDB, PPS, PSB e Pros. Atualmente, ele está no PDT, onde desembarcou com aliados para disputar a Presidência. 
 
Prática familiar na política 
Em meio a cenário onde os eleitores demandam por renovação política, Ciro traz consigo a imagem de um tradicional clã político. Ivo Gomes, irmão do pré-candidato, é prefeito de Sobral. Já Cid foi ministro da Educação e governador do Ceará. O irmão Lúcio Gomes é, atualmente, secretário das Cidades do Ceará. O envolvimento de familiares e a força que o grupo político liderado pelos irmãos possui o faz ser constantemente chamado de oligarquia. Os Ferreira Gomes também acumulam atritos políticos históricos com ex-aliados, a quem acusam e são acusados de serem traidores, como Tasso Jereissati (PSDB). 
 
Escândalos envolvendo o irmão
A proximidade familiar faz resvalar em Ciro polêmicas envolvendo outros integrantes do clã político. Cid, seu irmão, acumula controvérsias. Ele é alvo de denúncia por crime ambiental por desmatar e construir irregularmente obra de condomínio de luxo na Serra da Meruoca. Contra Cid, pesam ainda ações envolvendo relações suspeitas na Lava Jato. O ex-governador foi citado em delação por Wesley Batista, fundador da JBS. Segundo o empresário, o Governo do Ceará tinha dívida de créditos a liberar para uma empresa do grupo privado, a título de incentivo fiscal. Conforme a denúncia, Cid teria condicionado a liberação dos créditos, nos anos de 2010 e 2014, à realização de pagamentos para financiar a campanha. É também de Cid a autoria de um projeto bastante polêmico no estado, o Acquario Ceará, obra iniciada em 2012 e não concluída até hoje por falta de recursos. 
 
Mandatos inacabados 
Ciro abandonou todos os cargos no Executivo aos quais foi eleito. Quando prefeito de Fortaleza, deixou o mandato para disputar a cadeira de governador do Estado. Eleito pelos cearenses, abandonou o Palácio da Abolição para ocupar o Ministério da Fazenda durante o governo do tucano FHC. No início da vida política, o pré-candidato não cumpriu completamente o segundo mandato como deputado estadual. À época, saiu para concorrer à Prefeitura da Capital. Ciro também é criticado por adversários pelo período que foi deputado federal. Na Câmara, foi um dos quatro parlamentares que mais faltaram.
 

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