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Irmãos Batista prometem revelar detalhes que provariam propina de R$ 20 milhões a Cid Gomes

O dinheiro teria sido recebido pelo político como doação eleitoral, conforme denunciam os empresários
15:03 | Abr. 24, 2018
Autor Lucas Braga
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Lucas Braga Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia
Joesley e Wesley Batista, da JBS, prometeram dar detalhes sobre supostos pagamentos de propina ao ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), segundo o jornal O Globo. O dinheiro teria sido recebido pelo político como doação eleitoral, conforme denunciam os empresários. Nesta terça-feira, 24, o jornal noticiou a ampliação das delações premiadas dos executivos e entrega de documentos que comprovariam as suspeitas de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
 
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Quase um ano depois do início do escândalo, com as delações, o caso do ex-governador teve o primeiro desdobramento na Justiça Federal do Ceará. No último mês de março, o juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, da 12ª Vara Federal, determinou que a Polícia Federal instaure inquérito para apurar acusações contra Cid no caso.
 

 
O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) irá apresentar parecer apontando quais diligências poderão ser realizadas pela autoridade policial. Cid é pré-candidato ao Senado.
 
[FOTO2]Delações
Joesley promete mais informações sobre 32 anexos apresentados no ano passado, que reforçam as acusações da delação inicial, homologada em maio. São supostos acertos criminosos com vários políticos, partidos e seus operadores financeiros. 

 
Entenda
Em delação fechada em maio de 2017, Wesley acusou Cid de ter negociado a liberação de créditos de ICMS da empresa Cascavel Couros, do grupo JBS, em troca de doações milionárias à campanha de CamiloSantana ao Governo em 2014.

Segundo o empresário, o ex-governador teria procurado pessoalmente o grupo e o esquema teria operado também em 2010. Ainda de acordo com o depoimento, Cid teria condicionado repasse de créditos da Cascavel Couros com o Estado, em R$ 110 milhões, a repasses para campanhas eleitorais.
 
 
[SAIBAMAIS] 
Como acusações envolviam os secretários Antônio Balhmann (Relações Internacionais) e Arialdo Pinho (Turismo), Cid chegou a tentar que o caso ficasse no Supremo Tribunal Federal, por conta do foro privilegiado de ambos. O ministro Edson Fachin, relator do caso na Corte, no entanto, mandou que acusações do ano de 2010, onde os secretários não são citados, “descessem” para a 1ª instância no Ceará.
 
Em sua defesa, Cid Gomes negou irregularidades e disse que acusações de Wesley não batem com o volume de recursos liberados pelo Estado para a JBS. O ex-governador também abriu ação contra o delator por calúnia e difamação.
 
“Não é possível fazer vinculação de qualquer tipo para esses pagamentos. Isso não é da minha índole, jamais foi feito. Nós temos regras e critérios para campanhas”, afirmou Cid, à época da delação da JBS. “Repudio referências em delação que atribuem a mim o recebimento de dinheiro. Nunca recebi um centavo da JBS”.
 
Sobre as prometidas novas provas dos Batista, a assessoria de Cid Gomes informou, na tarde desta terça-feira, 24, que não vai se pronunciar.
 
Linha do Tempo
Maio de 2017. Em delação, o empresário Wesley Batista acusa Cid Gomes de ter negociado propinas em até R$ 20 milhões com a JBS. Ciro saiu em defesa do irmão.
 
Outubro de 2017. Edson Fachin determina envio do caso de Cid à Justiça do Ceará. A defesa recorre e pede que a ação fique no STF.
 
Dezembro de 2017. A PGR defende que só denúncias de 2010 fiquem no STF.
 
Fevereiro de 2018. Edson Fachin nega pedido da defesa e envia caso ao Ceará. Caso chega ao estado em 16 de março.
 

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