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Sérgio Moro perdoou duas vezes o doleiro Alberto Youssef

Doleiro operou no escândalo do Banestado e voltou a ser alvo dos investigadores na Lava Jato
15:24 | Mar. 28, 2018
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Personagem comum tanto no escândalo do Banestado quanto na Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef conseguiu firmar acordo de delação premiada nas duas ocasiões, ambas autorizadas pelo juiz Sérgio Moro. O magistrado é o responsável em primeira instância pelos dois casos, já que atua na 2ª Vara Criminal da Justiça Federal em Curitiba, especializada no Paraná em julgar casos de lavagem de dinheiro.

[SAIBAMAIS]
 
Alberto Youssef foi preso no fim de 2003. À época, ele e o Ministério Público Federal (MPF) inauguraram um tipo de acordo que ficaria ainda famoso no Brasil anos depois: a colaboração premiada. Na tratativa, ele se comprometia a não cometer novos crimes — o que não aconteceu. Ao longo de toda investigação do Banestado, foram firmados mais de 20 acordos de colaboração.
 

 
Lava Jato 


 
O escândalo mostrou o modus operandi do doleiro. Foi ao seguir os passos dele que a Polícia Federal e o MPF conseguiram chegar a crimes de lavagem de recursos relacionados ao ex-deputado federal José Janene (PP), em Londrina, no Paraná. O político mantinha negócios ilegais com os doleiro e deflagrou no país as investigações da Lava Jato, na qual os acordos de delação também foram uma das bases que viabilizaram a descoberta do esquema. 

 
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O doleiro voltou à prisão em 2014, agora pelo novo esquema. Youssef recebia o dinheiro desviado de contratos com a Petrobras e era o responsável por levá-lo a paraísos fiscais e “lavá-lo” no Brasil. 


 
Condenado a 122 anos de prisão, e pagamento de R$ 50 milhões em multas, ele firmou acordo com o juiz Sérgio Moro e conseguiu autorização para cumprir a pena em liberdade após quase três anos encarcerado. 


 
Em troca, Youssef delatou todos aqueles que sabia estarem envolvidos em transações ilegais com a estatal. Novamente, as revelações de Youssef foram fundamentais para desbaratar o esquema. Ele indicou, por exemplo, o envolvimento do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), e dos ex-ministros Antonio Palocci (PT) e José Dirceu (PT).

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