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Juiz manda PF instaurar inquérito contra Cid Gomes sobre delação da JBS

Segundo o juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, o depoimento de Wesley Batista aponta supostos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro
15:26 | Mar. 21, 2018
Autor Carlos Mazza
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Carlos Mazza Repórter de Jornalismo de Dados
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O juiz federal Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, da 12ª Vara Federal, determinou nesta quarta-feira, 21, que a Polícia Federal instaure inquérito para apurar acusações feitas contra o ex-governador Cid Gomes (PDT) na delação do ex-diretor da JBS, Wesley Batista. Segundo o magistrado, o depoimento aponta supostos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Antes de seguir para a autoridade policial, no entanto, o processo receberá parecer do Ministério Público Federal (MPF-CE), que irá apontar diligências a serem realizadas pela PF. Segundo O POVO apurou, ação envolvendo Cid já chegou ao MPF-CE no início da tarde desta quarta-feira, e deve ser tocada pelo procurador Luiz Carlos Oliveira Júnior.

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[SAIBAMAIS]"Os fatos foram apenas noticiados pelo colaborador, não tendo ainda se iniciado as investigações, nem havido a apuração da efetiva ocorrência, muito menos a individualização das condutas, tampouco a apuração da autoria em toda a sua extensão. É preciso, portanto, dar início às investigações, a fim de que os fatos sejam apurados", diz o juiz.

 

Delação da JBS

Em delação fechada em maio de 2017, Wesley acusa Cid de ter negociado a liberação de créditos de ICMS da empresa Cascavel Couros, do grupo JBS, em troca de doações milionárias à campanha de Camilo Santana ao governo em 2014. Segundo o empresário, o ex-governador teria procurado pessoalmente o grupo e o esquema teria operado também em 2010.

Como acusações envolviam os secretários Antônio Balhmann (Relações Internacionais) e Arialdo Pinho (Turismo), Cid chegou a tentar que o caso ficasse no STF, por conta do foro privilegiado de ambos. O ministro Edson Fachin, no entanto, mandou que acusações do ano de 2010, onde os secretários não são citados, “descessem” para a 1ª instância no Ceará.

Outro lado

Em sua defesa no caso, Cid Gomes negou as acusações e disse que acusações de Wesley não batem com o volume de recursos liberados pelo Estado para a JBS. Em resposta, o ex-governador também abriu processo contra o delator por calúnia e difamação.

"Repudio referências em delação que atribuem a mim o recebimento de dinheiro. Nunca recebi um centavo da JBS", disse Cid, à época da denúncia. A reportagem procurou a assessoria do ex-governador para que ele comentasse o caso, mas ainda não teve resposta.

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