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Empresa teria pago funcionários para defender Dilma por meio de rede de fakes em 2010, diz BBC

Reportagem da BBC Brasil revela esquema de defesa à Dilma em blog que disseminava informações e até notícias falsas a favor da ex-presidenta na época das eleições de 2010. Grupo também criava perfis fakes no Twitter para divulgar uma boa imagem da candidata
21:37 | Mar. 09, 2018
Autor O POVO
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[FOTO1]Uma rede de perfis fakes foi criada em 2010 em defesa da ex-presidente Dilma Rousseff, então candidata na época de eleições, afirmou reportagem da BBC Brasil. Uma empresa de marketing político teria recrutado quatro pessoas para cuidar da criação e manutenção de fakes e a reprodução de conteúdo no blog "Seja Dita Verdade". Os funcionários teriam recebido entre R$ 3,5 mil a R$ 4 mil mensais entre maio e outubro de 2010. 
 
Três dos quatro funcionários responsáveis pelo esquema foram entrevistados pela BBC Brasil. Eles revelaram que tinham como trabalho alimentar o blog com postagens desmentindo supostos boatos sobre Dilma Rousseff e publicar textos parciais e contrários ao seu principal adversário à época, José Serra (PSDB). No “Seja Dita Verdade”, que tinha uma média de 100 visualizações por dia segundo informações apuradas, também era disseminada notícias falsas a favor da ex-presidente.
 
Durante 2010, foram criados 131 perfis falsos no Twitter para espalhar o conteúdo produzido no blog e fazer publicações em defesa da então candidata. Desses, 84 ainda existem na rede social. Uma planilha que a BBC Brasil teve acesso tinha uma lista de usuários com descrições genéricas. A @reginaftavares tinha como descrição, por exemplo, “Regina Feitosa Tavares, 65 anos, Assistente Social aposentada de Teresina (PI). Viúva. Fala das suas experiências com o Bolsa Família na região. Altamente politizada”.
 
Conforme os entrevistados, a empresa responsável pelo serviço era a Ahead Marketing, de Gabriel Arantes Cecílio e Arnaldo Lincoln de Azevedo. Questionados por e-mail, os dois negaram participação na "produção de notícias falsas", mas não responderam à pergunta sobre a produção de perfis falsos. Não há na prestação de contas da campanha de 2010 de Dilma e do PT registros de pagamentos à Ahead Marketing. Há um pagamento de R$ 234 mil, no entanto, da campanha do aliado e hoje governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), a "G. Cecílio e Cia Ltda", de Gabriel Cecílio Arantes.
 
Em nota, a assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff negou as acusações, dizendo que Dilma nunca contratou esses serviços. "A ex-presidenta Dilma Rousseff, em nenhuma de suas campanhas, em 2010 e 2014, contratou ou autorizou que fosse contratado quaisquer serviços relativos a perfis e notícias falsos. Desconhece quaisquer das empresas ou pessoas que agem nessa área. Tampouco tem conhecimento ou autorizou qualquer atuação, iniciativa ou ação nesse sentido de integrante de suas campanhas", informou. 
 
Redação O POVO Online 

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