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Bolsonaro, Marina, Ciro, Alckmin: quem vira favorito numa eleição sem Lula?

Ciro tem maior crescimento proporcional de votos com o petista fora da disputa. Marina também cresce muito. Porém, o que mais aumenta é a quantidade de votos brancos e nulos
19:23 | Jan. 25, 2018
Autor Érico Firmo
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Érico Firmo Editor e Colunista
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Tipo Notícia

A condenação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) torna o cenário eleitoral o mais incerto das últimas décadas, a menos de sete meses do início da campanha. O PT insistirá com Lula até o limite das possibilidades, mas é remota a hipótese de o ex-presidente conseguir disputar sua sexta eleição presidencial. Com o líder em todas as pesquisas de intenção de voto provavelmente fora da disputa, cresce a incerteza. Não há favorito claro.

 

O que muda na eleição

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(Simulações feitas na última pesquisa Datafolha, realizada em 29 e 30 de novembro)

 

 

Pré-candidato

Com Lula (maior percentual alcançado entre todos os cenários)

Sem Lula (maior percentual alcançado entre todos os cenários)

Bolsonaro

19%

22%

Marina Silva

11%

17%

Ciro Gomes

7%

13%

Joaquim Barbosa

6%

8%

João Doria

5%

6%

Álvaro Dias

4%

6%

Fernando Haddad

-

3%

Manuela D'Ávila

2%

3%

Henrique Meirelles

1%

2%

Branco/nulo

14%

30%

Não sabe

5%

5%

O

Bolsonaro lidera

[FOTO1]Nas pesquisas realizadas até aqui, Jair Bolsonaro (PSC-RJ, com filiação acertada ao PSL) aparece na segunda colocação em todos os cenários e, nas simulações sem Lula como candidato, é sempre o líder. Porém, o eleitorado dele é, em tese, muito diferente do de Lula - embora sempre haja parcela mais popular, apegada à imagem do petista, mas também sensível ao discurso contra violência e em defesa da família. As pesquisas mostram haver discreta migração de votos para Bolsonaro, com Lula fora da disputa.

Na última pesquisa Datafolha, divulgada em dezembro passado, foram feitas quatro simulações sem Lula. Bolsonaro era líder isolado em todas elas.

 


Ciro Gomes é quem mais cresce


Quem tem maior crescimento proporcional é Ciro Gomes (PDT). Na última pesquisa Datafolha, Ele aparecia com até 7% nos cenários com Lula. Sem ele, o percentual de Ciro quase dobra: 13%.

[FOTO3]

Marina Silva é quem mais ganha competitividade


Marina Silva tem o mesmo crescimento de seis pontos percentuais. O desempenho dela nos cenários com Lula é melhor que o de Ciro. Tem até 11%. Sem Lula, ela chega a até 17%. Aparece tecnicamente empatada com Bolsonaro.

Pelos últimos levantamentos, pode-se dizer que Ciro é quem mais cresce com Lula fora da disputa, mas Marina é a candidata que mais ganha competitividade. Cogitado como potencial candidato em substituição a Lula, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) chega a 3%.

Porém, a intenção de votos que mais cresce sem Lula, pelo último Datafolha, é de votos brancos e nulos. O percentual mais que dobra: de até 14% para um pico de 30%.

[FOTO4]

Outras alternativas


Mesmo o provável candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, ganha com a saída de Lula. Ele passa de um máximo de 9% para até 12%. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa passa de um percentual de até 6% para um pico de 8%. João Doria, outra opção tucana, oscila de 5% para 6% sem Lula. O senador Álvaro Dias, do Podemos, alcança até 4% quando Lula é candidato. Na simulação sem o petista, atinge até 6%.


Aliada do petista, mas também pré-candidata, a deputada estadual gaúcha Manuela D'Ávila (PCdoB) oscila de 2% para 3% entre os cenários com Lula e sem Lula.


Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD) passa de 1% para 2% nas simulações feitas em dezembro pelo Datafolha de uma eleição com Lula e sem Lula.

[SAIBAMAIS]

Incertezas


O cenário ainda tende a mudar muito até a eleição. Nomes já surgiram desde as últimas pesquisas, com o ex-presidente Fernando Collor (PTC). Outros podem entrar, outros sair de cena. O quadro também muda com a confirmação da sentença contra Lula. E há muito a acontecer até a eleição.

Por ora, todavia, o panorama sem Lula é de Bolsonaro como único candidato que ultrapassa os 20%, e isso em algumas simulações: o máximo que atinge é 22%. Isso mostra o quão aberto e imprevisível fica o cenário para uma campanha que começa daqui a menos de sete meses.

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