Polícia indicia por extorsão jovem que acusou Feliciano
"Ao término do inquérito, que já está no segundo volume, vou pedir a prisão preventiva dela", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o delegado titular da 3ª Delegacia de PolÃcia, LuÃs Roberto Hellmeister, responsável pela investigação na capital paulista.
Diante do indiciamento, a defesa pediu cinco dias para PatrÃcia fazer um aditamento do depoimento que prestou no último dia 5. Na ocasião, a jovem afirmou à polÃcia que estava sendo mantida sob coação e ameaça pelo chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, na semana em que esteve em São Paulo Â? entre 30 de julho e 5 de agosto Â?, porque pretendia denunciar o deputado do PSC.
No depoimento, PatrÃcia disse que Bauer, armado, a obrigou a gravar e publicar dois vÃdeos em que ela negava as acusações contra o deputado. Ainda segundo seu depoimento, Feliciano também lhe fez uma ameaça direta de morte. "Tendo Bauer passado o telefone dele para a declarante, através do qual Marco Feliciano disse que, se a declarante não gravasse um novo vÃdeo de melhor qualidade, mandaria Bauer lhe matar", consta no depoimento.
VÃdeo
Ela afirmou ainda que o assessor parlamentar a obrigou a informar a senha de suas redes sociais, por onde passou a monitorá-la e se passar por ela, respondendo a questionamentos de amigos que perguntavam por sua integridade fÃsica.
Logo depois do depoimento de PatrÃcia, ainda no dia 5, Hellmeister chegou a cogitar a prisão temporária de Bauer, mas voltou atrás após ouvir novas testemunhas e obter provas que descaracterizavam a situação de sequestro. Entre elas está um vÃdeo em que PatrÃcia e o assessor de Feliciano aparecem negociando o pagamento de R$ 50 mil pelo silêncio da jovem.
O delegado ouviu nesta quinta-feira, 18, duas novas testemunhas, entre elas o ex-namorado de PatrÃcia, Rodrigo Simonsen. Ele afirmou à polÃcia que, entre 30 de julho e 5 de agosto, dormiu quatro noites com ela em um hotel no centro de São Paulo. "Ele disse que nestes quatro dias não encontrou Bauer", disse o delegado Hellmeister.
A outra testemunha ouvida na quinta foi uma militante anti-Dilma, Kelly Bolsonaro, que relatou ter sido ela quem apresentou Feliciano a PatrÃcia no inÃcio de junho. Kelly, que diz não ter grau de parentesco com os deputados do PSC Jair e Eduardo Bolsonaro, afirmou que PatrÃcia lhe contou a acusação contra Feliciano antes da fazer a denúncia à policia. A ativista disse que ouviu da estudante várias versões sobre a suposta tentativa de estupro.
O advogado José Carlos Carvalho, que até então defendia PatrÃcia, informou que deixou o caso. Nem os novos advogados da jovem nem ela foram localizados nesta quinta. A mãe de PatrÃcia, Maria Aparecida, disse apenas que a filha "está triste e não quer falar".
'Boatos'
"O indiciamento da estudante reafirma a nossa plena confiança na lisura das instituições públicas e da Justiça de nosso paÃs", afirmou Feliciano ontem, por meio de nota. "Boatos são boatos e nunca serão verdades. Ã? o que temos para o momento, e seguimos confiante de até o término das investigações", disse o deputado federal no comunicado.
O chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, não foi localizado pela reportagem até a conclusão desta reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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