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Apontado como operador de Cunha, Lúcio Funaro chega a Brasília esta noite

20:30 | Jul. 04, 2016
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O lobista Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador de propinas do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), embarca às 20h30 desta segunda-feira, 4, em um voo de Cumbica/Guarulhos com destino a Brasília, escoltado por agentes da Polícia Federal. A chegada está prevista para 22h05.

Funaro foi preso na Operação Sépsis em São Paulo na sexta-feira, 1.º de julho, por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acolheu pedido do procurador-geral da República.

O lobista é investigado por supostamente participar de um grande esquema de propinas instalado no Fundo de Investimento do FGTS da Caixa, na gestão de Fábio Cleto, entre 2011 e 2015.

Em delação premiada, Cleto apontou doze operações com empresas de grande porte que receberam recursos do FI/FGTS.

Entre os alvos da Sépsis está o empresário Joesley Batista, sócio do grupo que controla a JBS, dona da Friboi, nos Jardins. Agentes da Polícia Federal fizeram buscas no endereço de Joesley.

A operação realizou buscas ainda na Eldorado, empresa da holding J&F, controladora da JBS, que fica no mesmo prédio da sede da Friboi em São Paulo.

A JBS comunicou na sexta, 1.º, que "não é alvo e não está relacionada com a operação da Polícia Federal".

A Eldorado confirmou que a PF realizou busca e apreensão em suas dependências em São Paulo. Em nota, a Eldorado afirmou. "A companhia desconhece as razões e o objetivo desta ação e prestou todas as informações solicitadas. A Eldorado sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade. A companhia se mantém à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais."

Lúcio Funaro passou o fim de semana na Custódia da PF em São Paulo.

Em um despacho de 23 páginas, o ministro Teori cravou a necessidade de "resguardar a ordem pública e econômica" ao expor seus argumentos para decretar a prisão preventiva do lobista.

Na semana passada, temendo que pudesse ser preso, ele comunicou seu advogado que se isso ocorresse iria fazer delação premiada. O advogado recomendou ao lobista que procurasse outro profissional.

Funaro comentou com o advogado que iria falar com o criminalista Antonio Figueiredo Basto, estabelecido em Curitiba - base da Operação Lava Jato.

Basto é especialista em delações premiadas. Na Lava Jato, ele foi constituído por vários delatores, entre eles Julio Camargo, que revelou propina de US$ 5 milhões, em 2011, para Eduardo Cunha em um contrato de operação de navio sonda da Petrobras.

Basto também conduziu os depoimentos do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido/MS) em sua delação premiada perante a Procuradoria-Geral da República. A delação de Delcídio é a mais explosiva até aqui na Lava Jato.

Investigadores avaliam que se Funaro contar o que sabe, os dias de Eduardo Cunha e de muitos empresários "estarão contados".

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