Comissão Parlamentar de Inquérito ouve ex-presidente do Carf
A CPI investiga suspeitas de favorecimento a empresas devedoras da Receita Federal nos julgamentos do CarfComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados ouve, nesta terça-feira, 24, o ex-presidente da entidade Edison Pereira Rodrigues e sua filha Meigan Sack Rodrigues. Além deles, ex-conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) também estão sendo ouvidos.
A CPI investiga suspeitas de favorecimento a empresas devedoras da Receita Federal nos julgamentos do Carf. Sócios do escritório Rodrigues Advogados, pai e filha participaram de suposto esquema para beneficiar a empresa Laser Tech Comércio e Importação de Eletrônicos nos julgamentos do tribunal. Os dois chegaram à CPI respaldados por um habeas corpus preventivo.
Apesar de responder as perguntas iniciais feitas pelos deputados, Edison se negou a responder a algumas perguntas sobre como sua filha se tornou conselheira do Carf. Segundo ele, a nomeação foi por iniciativa dela e não houve qualquer indicação por parte dele. “Ela foi lá e se inscreveu. Não fiz qualquer indicação”, disse.
“O pedido foi feito diretamente na CNC (Confederação Nacional do Comércio). Foi o que fiz. Tinha acabado o doutorado e tenho um currículo bom. Enviei e participei da lista tríplice. Foi assim que entrei em 2003 e fiquei até 2006”, disse Meigan.
Entre os sete crimes investigados, estão supostas práticas de associação criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Segundo os investigadores, uma conversa gravada com autorização da Justiça em setembro do ano passado mostra que o ex-presidente do Carf considerava traidor quem votava contra os interesses do grupo.
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Estão previstos também depoimentos do lobista Guilherme Pollastri Gomes da Silva e do advogado Tharyk Jaccoud Paixão.
Requerimentos
Além dos depoimentos dos convocados, está prevista na pauta de hoje da CPI do Carf a votação de requerimentos de informações e novas convocações. Entre as pessoas que podem ser convocadas estão os empresários André Gerdau, da Siderúrgica Gerdau, e Walter Faria, da Cervejaria Petrópolis.
Segundo investigações da Operação Zelotes, da Polícia Federal, as duas empresas usaram esquema de lobistas e advogados para cooptação de conselheiros do Carf.
A Polícia Federal e o Ministério Público suspeitam que o esquema no Carf causou prejuízos de quase R$ 20 bilhões aos cofres públicos.
Redação O POVO Online com agências
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