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Romero Jucá critica deputados que cogitam faltar na votação do impeachment

19:50 | Abr. 16, 2016
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O presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), criticou no começo da noite deste sábado, 16, os deputados que cogitam faltar na votação do impeachment marcada para o domingo, 17. Nas últimas horas, o Palácio do Planalto operou uma estratégia para diminuir o quórum de votação, já que para afastar a presidente Dilma Rousseff do cargo são necessários 342 votos

"Nós estamos muito tranquilos. Os partidos estão firmes. Não é uma votação individual, de cada parlamentar. Acho muito difícil qualquer parlamentar ter a condição de se esconder e não vir votar", disse Jucá. "Os deputados que faltarem estarão frustrando seus eleitores e suas famílias", completou.

Jucá deu as declarações ao chegar ao Palácio do Jaburu para se encontrar com o vice-presidente Michel Temer. Ele reconheceu que o governo não vai desistir de evitar o impeachment. "Não esperaria que eles (do governo) se entregassem. Agora, a verdade é superior a qualquer boato. Então amanhã (17) nós vamos ver", disse.

O senador comentou a mudança de votos de alguns deputados que decidiram, nas últimas horas, ficar com Dilma sob o argumento de que o afastamento dela significaria um vitória do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "(Eram esperados) esses votos que já viraram independentes. 'Dilma nem Cunha' não serão realmente. Será Temer", disse, numa referência ao slogan criado pelos governistas para esvaziar o plenário.

Jucá criticou Dilma por ter insinuado que Temer pretende cortar programas sociais, como o Bolsa Família. Como o vice havia feito mais cedo, ele classificou como "mentira" a fala da presidente. "Aliás, de 2014 para cá, o que é mentira já foi desmascarado. O que eles (o governo) estão dizendo agora é um repeteco da campanha do que não cumpriram", disse.

Segundo Jucá, Temer deve passar o domingo no Palácio do Jaburu. "Ele está muito tranquilo. É um homem muito experiente. E a sociedade sabe separar o que é verdade e o que é mentira", disse. "Quem souber ganhar vai precisar grandeza para administrar. Quem perder vai precisar grandeza para perder", finalizou.

Cid Gomes

Ao visitar Dilma no começo da noite no Palácio da Alvorada, o ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT) afirmou que ela acredita que poderá barrar o impeachment. "Não tem nada decidido. Quem tiver cantando vitória antes do tempo errará", disse.

Apesar de lutar para evitar o afastamento de Dilma, Cid - que foi ministro da Educação de janeiro a março de 2015 - criticou o governo do PT. "Para mim a Dilma é séria, (mas) o governo está no fundo do poço", avaliou.

Ele, porém, justificou por que é contra o impeachment. "A gente tem de defender um valor democrático. Um mandato é uma coisa consagrada pela população. E o mandato só pode ser retirado se houver crime, roubo", disse Cid.

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