Janot pede nulidade de indiciamento de Gleisi Hoffmann pela PF
Ao solicitar a suspensão, Janot classificou a ação do delegado Thiago Delabary como inconstitucional. Em seu parecer, ele explica que o indiciamento serve apenas para comunicar alguém que ele é formalmente suspeito. "No caso vertente, como já demonstrado em tópico anterior, o fato de que o indiciamento de Senadora da República veio a ocorrer após seu interrogatório apenas deixa patente a ilegalidade do ato."
Gleisi afirmou estar "aliviada" com a conclusão do Ministério Público Federal (MPF). Para ela, o indiciamento tinha objetivo de colocar um "carimbo" de que ela já estava condenada, sem base jurídica. No despacho do procurador-geral, ele declara que "alia-se à irrelevância jurídica do indiciamento sua inutilidade para qualquer outro fim que não seja o de estigmatizar o investigado", sugerindo que haveria interesse de midiatizar o caso.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), havia determinado que a Casa entrasse como parte interessada na reclamação que Gleisi apresentou ao STF. Janot aceitou a solicitação da entrada da instituição como "amicus curiae" - alguém que, em razão de sua representatividade, é chamado ou se oferece para intervir em processo relevante com o objetivo de apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o tema.
Gleisi e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento, no governo Lula, e Comunicações, na gestão de Dilma), foram indiciados no início do mês por corrupção passiva, após conclusão que o casal recebeu R$ 1 milhão de propina oriundo de contratos oriundos da Petrobras. O valor foi utilizado para custear as despesas da eleição de Gleisi ao Senado em 2010. A senadora nega envolvimento no esquema de corrupção.
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