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Professores da UFC promovem ato-debate em favor da presidente Dilma Rousseff

O evento aconteceu nesta terça-feira, 22, no Auditório Rachel de Queiroz, Centro de Humanidades II, Benfica
23:45 | Mar. 22, 2016
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Com o objetivo de “unir Universidade e comunidade numa só discussão e reflexão sobre o momento conturbado que passa o País”, o Coletivo Graúna de Professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) promoveu nesta segunda-feira, 22, "um ato-debate pela democracia, por direitos sociais e contra o golpe (Impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT))".

O evento aconteceu no Auditório Rachel de Queiroz, Centro de Humanidades II, Benfica, e contou com as presenças dos professores da universidade, além de pessoas simpatizantes às ideias discutidas no ato-debate.

Como resultado do debate, os presentes assinaram uma nota.

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Veja na íntegra:
“Nota dos professores da UFC pela Democracia, por direitos sociais e contra o golpe
Estamos vivendo um momento extremamente grave de atenta-
dos sistemáticos à democracia, com regressão de direitos e
liberdades duramente conquistados.
Uma articulação orgânica dos diferentes setores dominantes,
vinculados ao capital, orquestra um abominável desenho estra-
tégico para a defesa de seus interesses, às custas da democra-
cia e das instituições. Aproveitando as dificuldades da crise eco-
nômica e atuando para gerar instabilidade política, tais setores
trabalham incessantemente para derrubar o governo Dilma.
Vemos a cada dia crescer o ódio social, com expressões de in-
tolerância fascista, incitado e alimentado pela grande mídia,
que manipula explicitamente informações para atingir seus
objetivos golpistas.
Assistimos, de forma explícita e reiterada, à partidarização de
segmentos do Judiciário, que usam a espetacularização de
ações investigativas como arma política, sem compromisso com
os princípios republicanos, previstos na Constituição de 1988.
Segmentos das classes médias urbanas defendem nas ruas os
seus privilégios, bradando sua indignação contra quaisquer
formas, mesmo parciais, de inclusão social. O autoritarismo e
as múltiplas formas de violência da sociedade brasileira ex-
pressam-se sem reservas.
É fundamental compreender, com lucidez, a natureza do golpe
em curso neste confronto de forças. Trata-se de um golpe jurí-
dico-midiático-empresarial, a manifestar-se em frentes estra-
tégicas, comprometendo o processo de decisões democráticas
e a garantia de conquistas muito caras à sociedade.
O patrocínio do empresariado à saída imediata da presidenta
Dilma, a grosseira manipulação de informações pela imprensa, a
violação dos direitos individuais de autoridades e investigados
pela justiça indicam a natureza e a gravidade do que está em jogo.
É nítida a crise política que assola os três poderes da repúbli-
ca brasileira. Temos consciência, porém, de que devemos
zelar pelas conquistas democráticas, pelos direitos sociais,
pelas instituições, pelo espaço de livre discussão e debate.
Transformar partidos e pessoas em bode expiatório, sem alte-
rar o sistema político, não é combater, mas manter a corrup-
ção. Precisamos lutar por uma reforma política que incorpore
os anseios populares e aprofunde a democracia.
Em meio a esse embate histórico, evidenciado pelo acirramen-
to da luta de classes, escolhas condicionarão os rumos do
país por anos ou mesmo décadas. O momento impõe uma ação
política imediata por parte dos segmentos comprometidos com
a democracia e a afirmação do Estado de Direito. É imperativo
histórico inadiável assumirmos a condição de sujeitos políticos
em mais este momento decisivo na vida brasileira.
A universidade, como instituição que deve fundar-se no pensa-
mento crítico e no debate democrático, precisa constituir-se
em espaço permanente de reflexão, discussão e resistência,
nesse contexto de manipulação da informação e de ascenso do
conservadorismo.
Por isso, nós, professores da Universidade Federal do Ceará,
manifestamo-nos contrários a toda forma de usurpação do
poder popular – seja pela manipulação da mídia ou pela exor-
bitância das prerrogativas do judiciário e do legislativo.
Dizemos, portanto, NÃO AO GOLPE!!!
Fortaleza, 22 de março de 2016”

                                                                          Redação O POVO Online

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