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Moro diz que prisão de Lula "sequer estava em cogitação"

Em ofício ao STF sobre os grampos do ex-presidente, o juiz da Lava Jato afirma que Lula tentou "influenciar" e "obstruir" investigações
11:50 | Mar. 30, 2016
Autor Carlos Mazza
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Carlos Mazza Repórter de Jornalismo de Dados
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Tipo Notícia

Em justificativa ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a interceptação e divulgação de conversas do ex-presidente Lula, o juiz federal Sérgio Moro afirma que o petista tentou "intimidar", “influenciar” e "obstruir" investigações onde era alvo. No documento, Moro diz ainda que, apesar disso, prisão cautelar de Lula "sequer estava em cogitação".

[SAIBAMAIS 3]"Não havia sequer qualquer pedido de decretação de prisão cautelar do Ministério Público Federal contra o investigado, o que significa que medida drástica sequer estava em cogitação por parte deste Juízo”, afirma Moro. O documento, de 30 páginas, foi enviado nesta terça-feira, 29, ao STF e divulgado pela Justiça Federal do Paraná.

No ofício, Moro explica porque decidiu interceptar e divulgar gravações de Lula, foco de grande polêmica jurídica nas últimas semanas. "Há diálogos do ex-presidente intencionando ou tentando obstruir ou influenciar indevidamente a Justiça", diz.

"Há também diálogos nos quais revela a intenção de intimidar as autoridades responsáveis pela investigação e processo”, segue Moro, antes de transcrever doze interceptações feitas pela PF e que foram anexadas aos autos da Operação Lava Jato.

Grampos

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"Mesmo sem eventual tipificação, condutas de obstrução à Justiça são juridicamente relevantes para o processo penal porque reclamam medidas processuais para coartá-las”, conclui. Na fase Aletheia da Operação Lava Jato, Lula é investigado como proprietário do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP) – o que o ex-presidente nega.

Grampos foram divulgados em 16 de março, após Lula ser indicado como ministro-chefe da Casa Civil. Em uma das gravações, a presidente Dilma Rousseff diz que enviará ao petista o seu termo de posse, para uso “em caso de necessidade”. A ação foi interpretada como estratégia para evitar possível pedido de prisão cautelar de Lula por Moro.

 

 

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