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Heitor aponta semelhança entre nova fase da Lava Jato e escândalo no CE

14:41 | 14/08/2015
O deputado estadual Heitor Férrer (PDT) relembrou, nesta sexta-feira, 14, o escândalo dos empréstimos consignados no Governo do Estado ao apontar semelhanças no caso com a nova fase de investigação da Operação Lava Jato, deflagrada ontem. A 18ª fase investiga contratos para fornecimento de crédito consignado a servidores federais intermediado pelo Ministério do Planejamento.

Durante a sessão plenária desta sexta-feira, Heitor destacou que o procedimento adotado para alimentar o esquema de enriquecimento e corrupção através de empréstimos consignados é bastante similar ao que ele denunciou no Governo do Ceará, na gestão de Cid Gomes.
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“Acredito que a Assembleia, que não abriu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que propus à época para investigar essa questão, deveria pedir perdão de joelhos aos servidores públicos do Estado que foram prejudicados com o esquema implantado aqui, porque agora vemos gente sendo presa pelo mesmo tipo de procedimento”, destacou o parlamentar.

Escândalo dos empréstimos consignados

Em 2011, Heitor Férrer denunciou na Assembleia Legislativa a existência de suposta fraude no serviço de empresa terceirizada que operava crédito para servidores estaduais. Por decreto do governo, o servidor só podia contratar crédito agenciado pela empresa Promus, de propriedade do empresário Luís Antonio Ribeiro Valadares, genro do então secretário da Casa Civil Arialdo Pinho.

O deputado destacou ainda os desdobramentos do esquema de fraude nos empréstimos consignados no Ceará. Ele lamentou a decisão da desembargadora Vera Lúcia Correia Lima, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), de cassar a liminar concedida pela juíza da 13ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, Nadia Maria Frota Pereira, que quebrava o sigilo bancário de Arialdo Pinho e de outros supostos envolvidos no esquema.

Lava Jato

As investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato revelaram que a empresa Consist Software, administrada pelo ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano recebia uma taxa mensal das empresas que ofereciam crédito consignado para cada empréstimo concedido. A maior parte desse valor recebido pela Consist, estimado em R$ 52 milhões pagos entre 2010 e 2015, era então destinada ao PT, por meio do lobista Milton Pascowitch, de acordo com as investigações da PF.

“O contrato era celebrado por entidades de crédito que oferecem empréstimos consignados no Ministério do Planejamento e as instituições financeiras, entidades de previdência aderiam a esse acordo guarda-chuva e a empresa [Consist] era remunerada por essas entidades mensalmente, por conta de cada empréstimo consignado que elas obtinham”, explicou o delegado da Polícia Federal Mário Ancelmo Lemos.

Redação O POVO Online
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