O secretário nacional de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, José Américo Dias, disse nesta terça-feira, 14, que o movimento da oposição, em especial do PSDB, em impulsionar um movimento de impeachment da presidente Dilma Rousseff perdeu força no fim de semana - uma semana depois de lideranças tucanas terem dito em convenção que a presidente poderia não terminar seu mandato.

"Eles sentiram que não é fácil, que tem resistência", disse Américo ao exaltar movimentos sociais como MST, CUT e UNE, além de partidos como o próprio PT, o PCdoB e o PDT. Essas legendas participam de um ato que o PT classifica como suprapartidário, mas coordenado pelo PT municipal, em "defesa da democracia".

O secretário de comunicação petista citou a suposta reunião de Eduardo Cunha, com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes em que Mendes teria afirmado ao presidente da Câmara não ver condições para um processo de afastamento de Dilma. O petista falou ainda da entrevista do senador tucano Aloysio Nunes à Folha de S. Paulo, em que defendeu "cautela" no debate em torno do impeachment.

Américo disse também que o "oligopólio midiático" também voltou atrás em relação ao tom adotado na semana passada, argumentando que houve artigo da revista Veja, de Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo, e de Dora Kramer, no Estado de S. Paulo em que teriam se colocado contrários ao afastamento da presidente. "O oligopólio econômico e midiático (...) fez um grande teste até a semana passada. Eles começaram a mudar de comportamento no fim de semana."

O secretário defendeu o engajamento em manifestações populares "anti-golpistas" como a que está sendo articulada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), com apoio de centrais sindicais como CUT e Intersindical, movimentos estudantis UNE e UBES, além de outros movimentos sociais, em 20 de agosto. O ato pretende ser uma resposta à manifestação de movimentos pró-impeachment no dia 16. "Temos que fazer um grande ato no dia 20, mostrar a força do povo brasileiro, dos partidos democráticos. Temos de mostrar que estamos absolutamente fechados com a democracia e com o estado de direito", afirmou Américo para a plateia de cerca de mil pessoas.