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Promotores vão avaliar documentos contra cartel

19:40 | Dez. 01, 2014
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A Suíça detém documentos e extratos bancários do elo entre as empresas envolvidas no cartel dos trens de São Paulo e as autoridades públicas nacionais que se beneficiaram da corrupção. Os documentos poderão ser compartilhados com uma delegação de promotores e procuradores brasileiros que viajou nesta segunda-feira para Berna.

Entre os citados está o consultor Arthur Teixeira, considerado um dos operadores do esquema de pagamentos de propinas nas licitações envolvendo os cartéis dos trens São Paulo, a Alstom e em obras públicas no Brasil. O objetivo da visita é identificar, com os novos documentos, eventuais funcionários públicos e mesmo políticos que tenham se beneficiado das propinas.

A Justiça da Suíça confirmou que dispõe de um "amplo material" em relação ao envolvimento da Alstom em contratos suspeitos no Brasil. Berna também deu indicações que está disposta a colaborar e, por isso, fez o convite aos brasileiros para que viajassem para a Suíça para debater de que forma essa consulta ocorreria.

Numa demonstração de que não existem problemas entre os dois países, a delegação conta com o procurador da República Rodrigo de Grandis, que chegou a sofrer um processo por suspeita de não ter atendido solicitação de cooperação da Suíça no caso Alstom, em 2011.

A esperança é de que, com seus extratos identificados, a Justiça no Brasil possa avançar na identificação de quem recebeu dinheiro e quem se beneficiou do cartel que, entre o final dos anos 1990 e 2008, ganhou contratos bilionários da CPTM) e do Metrô do Distrito Federal.

A suspeito é de que as contas de Teixeira no exterior fossem usadas como instrumento para o pagamento de propina a servidores e políticos. Numa das remessas, o consultor enviou US$ 250 mil à conta em Genebra em nome do ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni. Em seu depoimento, ele alegou que o dinheiro era o pagamento de "serviços de consultoria".

Os promotores brasileiros querem dos suíços informações sobre os lobistas que teriam atuado como intermediários, emitindo notas falsas como empresas de consultoria. A suspeita é de que esses serviços prestados jamais existiram.

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