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Costa sai do Rio para depor sobre contratos da Petrobras

09:20 | Out. 08, 2014
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O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa deixou no início da manhã desta quarta-feira, 8, sua casa na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, onde cumpre prisão domiciliar. Escoltado por duas viaturas da Polícia Federal, o ex-diretor foi levado em direção ao aeroporto.

Costa prestará depoimento nesta quarta, às 14h, em audiência na 13ª Vara de Justiça Federal, em Curitiba, sobre os contratos da Petrobras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, de onde teria partido a maior parcela dos desvios de recursos de empresas fornecedoras da estatal, segundo as investigações.

Ele saiu de casa por volta das 7h15 e vai embarcar em um voo comercial da companhia Azul ainda nesta manhã. Esta será a primeira audiência aberta sobre a principal ação penal relacionada à Operação Lava Jato em que Costa é obrigado a falar. Caso não retorne hoje, o ex-diretor passará a noite na carceragem da PF em Curitiba.

Apesar de não ser parte desse processo, ou seja, não ser citada como ré ou beneficiada, a Petrobras argumenta ser "parte interessada", por ter sido objeto de desvios e ações ilícitas, teria direito a acessar os documentos.

O ex-diretor não poderá permanecer calado, como fez em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga no Congresso as denúncias de corrupção na Petrobrás.

Entretanto, o depoimento pode ser adiado se a defesa de Paulo Roberto Costa solicitar, o que não aconteceu até o momento. O advogado que representa o ex-diretor, João Mastieri, afirmou que iria conversar nesta quarta com o juiz Sérgio Moro sobre o tema.

Também citados nas investigações da Operação Lava Jato referentes à refinaria de Abreu e Lima, os sócios Márcio Bonilho e Murilo Barrios, solicitaram o adiamento da audiência. Ambos são empresários ligados ao Grupo Sanko, que teria participado do esquema de desvios de recursos da refinaria por meio de contratos superfaturados.

Segundo os advogados dos empresários, os depoimentos seriam prejudicados pois não houve tempo hábil para acessar os laudos técnicos sobre os desvios de recursos.

O pedido, entretanto, foi negado. De acordo com o Sérgio Moro, responsável pela ação, "não se justifica suspender o interrogatório apenas para aguardar eventual manifestação da defesa sobre o laudo". O juiz afirmou ainda que "o processo é uma marcha para frente e não se justifica sustá-lo sem um motivo concreto".

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