Candidato do PSOL vira fenômeno entre os nanicos do Rio
Referência ao sumiço do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza, morto por PMs na Rocinha, a pergunta foi marca das manifestações contra o então governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) de junho de 2013.
"A gente já tinha um crescimento anterior, que as pesquisas não estavam conseguindo captar", afirma TarcÃsio. "A cada debate, melhorava o nosso desempenho. Mas é claro que o debate na TV Globo expõe para uma quantidade de pessoas muito maior as nossas propostas e a nossa postura."
Na maior parte do 1º turno, o candidato do PSOL oscilou entre 1% e 3%. Agora, já se avalia no partido que, na capital, pode bater 15% e, com otimismo, talvez, superar o candidato do PT, Lindbergh Farias, na cidade.
A caminhada do candidato do PSOL começou na Praça Mauá. Estavam em sua companhia o deputado federal Chico Alencar, o estadual Marcelo Freixo, os vereadores Eliomar Coelho (no Rio) e Paulo Eduardo Gomes (em Niterói), além de militantes do partido, alguns com bandeiras.
Vestido com uma camiseta verde com a frase "Nada pode parecer impossÃvel de mudar", atribuÃda a Bertolt Brecht, calças cinza, sapatênis e boné sobre o cabelo preto amarrado em rabo de cavalo, o professor distribuiu sorrisos e comentários bem-humorados. Também deu aos eleitores Â?colinhasÂ?, com nomes de candidatos a todos os cargos em disputa nas eleições de amanhã, além do seu próprio, claro. "Ã? a única ocasião em que professor passa cola", brincou com uma eleitora.
Ainda no inÃcio do trajeto, na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Visconde de Inhaúma, o candidato parou para conversar com o ambulante Humberto de Jesus Silva, de 30 anos. Dono há 15 anos de um carrinho de venda de doces na rua, segundo contou, ele reclamou não ter conseguido ainda da Prefeitura do Rio a licença definitiva para trabalhar.
"Trabalhador nenhum será criminalizado em nosso governo", disse TarcÃsio. Humberto pediu ajuda ao candidato. "Vamos lá, vamos ganhar isso ai", exortou o ambulante. Depois que o candidato se afastou, quando a reportagem perguntou a Humberto se votaria no candidato do PSOL, ele disse que sim. "Ã? lógico. Ã? do povo. Ã? pé no chão. Vi o debate da Globo, ele bateu de frente legal. Já mudou ali a minha cabeça", contou.
Ao longo da caminhada, marcada por muitos pedidos de selfies e fotos feitos por eleitores, outros camelôs cumprimentaram TarcÃsio enfaticamente. "Vai fazer alguma coisa pelos ambulantes? Pelo menos no debate você arrebentou ", berrou um dos vendedores de rua.
CurrÃculo
Doutor desde 2009 em história pela Universidade Federal Fluminense com tese sobre a Guerra do Contestado, TarcÃsio também cursou mestrado e graduação na mesma disciplina e instituição. Sua campanha registrou, até a segunda prestação parcial de constas, apenas contribuições de pessoas fÃsicas, no total de R$ 4.892,80.
Nos últimos dias, foram divulgadas fotos do candidato no Carnaval, usando fantasias de Mulher Maravilha, Mônica e odalisca. Ele diz gostar da festa. Replicadas nas redes sociais, as fotos foram curtidas por milhares de pessoas. A maioria dos comentários ironiza as situações retratadas, afirmando, por exemplo, que o tÃtulo de Mulher Maravilha é uma honra maior do que ser governador.
Entre as tiradas de TarcÃsio que repercutiram nas redes sociais, a mais famosa ocorreu quando, ao final de um debate, ele classificou seus adversários Pezão, Anthony Garotinho (PR), Marcelo Crivella (PRB) e Lindbergh Farias (PT) como "quatro Cabrais", numa referência ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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