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Skaf propõe Secretaria do Povo e vira alvo

11:10 | Set. 12, 2014
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Chamado de "candidato dos patrões" pelos adversários, o peemedebista Paulo Skaf, que concorre ao governo de São Paulo, prometeu anteontem no programa eleitoral criar a Secretaria Especial do Povo. A pasta seria responsável por levantar dados para determinar ações tomadas pelas outras secretarias, sob a chefia do governador. A proposta virou alvo dos adversários.

Skaf anunciou na TV que vai reduzir de 26 para 13 o número de secretarias estaduais. Elas funcionariam segundo levantamentos realizados pela nova Secretaria Especial do Povo.

"A Secretaria do Povo fará o levantamento das necessidades das regiões e o apresentará ao governador, que acionará as outras secretarias para que executem os serviços", diz o narrador do programa eleitoral na TV.

Aliado do peemedebista e colaborador do programa de governo de Skaf, Luiz Antonio Fleury Filho disse que a proposta de criação da pasta segue um regime adotado pela sua gestão quando foi governador do Estado, entre 1991 e 1994. "Foi algo que eu adotei no meu governo. É um jeito de fazer a secretaria não virar feudo de cada secretário", declarou ontem Fleury. O objetivo é fazer um governo por programa, não por secretarias."

Para o ex-governador, a criação da pasta ajudaria o governo a ter controle de seus principais programas. "Cada secretaria faz sua gestão, como se fosse dona do programa."

Cada região do Estado contará com um fiscal da Secretaria do Povo "escolhido e contratado entre os moradores da região", segundo afirma Skaf na peça publicitária. A pasta terá ainda outras atribuições, desde negociar apoio a prefeitos até solucionar problemas de infraestrutura, educação e saúde no Estado. Procurada ontem pela reportagem, a assessoria do candidato do PMDB disse que não conseguiu localizar Skaf, que esteve em campanha no Mercado Municipal de São Paulo, para comentar a proposta ao Estado.

A ideia do peemedebista de criar a Secretaria Especial do Povo foi chamada ontem de "ridícula" pelo candidato do PT, Alexandre Padilha. A exemplo do governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição e líder nas intenções de voto, o petista costuma rotular Skaf de "candidato dos patrões". "Quem só representou os ricos não é no mês da eleição que vai começar a sentir as dores e representar os mais pobres. A maior prova disso é essa proposta ridícula que ele apresentou de criar uma secretaria do povo", disse Padilha, após visitar uma fábrica de vidros em São Bernardo do Campo, tradicional reduto do PT.

Em seus discursos - e na última semana também nos programas do horário eleitoral -, Padilha tem tentado se diferenciar entre os candidatos de oposição chamando Skaf de "candidato dos patrões". Segundo ele, a proposta da Secretaria do Povo seria uma tentativa do peemedebista de se aproximar da população. "Ele tentou atender ao povo falando que vai criar uma secretaria do povo. A minha diferença é que eu sou o governador do povo", disse.

Como exemplo, o petista lembrou o fato de Skaf ter errado cobranças de pênalti em visita a uma comunidade. "Ele, que só jogou futebol em grama sintética de futebol society, não acerta um pênalti quando é no campo da periferia."

O programa eleitoral de Alckmin tem usado o funk para também colar em Skaf a pecha de "candidato dos patrões". Na abertura da propaganda no rádio, a música diz que o peemedebista "quer distância de pobre". "Pagando de bacana, ele só gosta da fama. De pobre quer distância, ele não gosta não. Sempre foi servido, sempre foi mandão. Nunca serviu ninguém, só paga de patrão", diz a letra do jingle, que, segundo o locutor, faz "sucesso na casa dos patrões". "Ele nasceu em berço de ouro, sempre teve vida boa, vida de barão. Skaf fica só na pose, seu negócio é ostentação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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