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Geovana Cartaxo é sabatinada por jornalistas do O POVO

A postulante ao Senado do Estado pelo PSB será entrevistada por um grupo de jornalistas do O POVO até às 12 horas
08:56 | Set. 19, 2014
Autor O POVO
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Tipo Notícia

A candidata ao Senado pelo PSB, Geovana Cartaxo, disse que propostas de Marina Silva têm sido “distorcidas” e alvo de “rede de boatos”. Ela negou que haja intenção de acabar com o 13° salário e o pagamento por férias. Geovana foi sabatinada nesta sexta-feira, 19, na TV O POVO. Ela falou sobre a disputa no Ceará contra Mauro Filho (Pros) e Tasso Jereissati (PSDB), sobre a relação de suas bandeiras ligadas à biodiversidade e o Senado e sobre tributações.

Geovana foi sabatinada pelos jornalistas Bruno Pontes, repórter do núcleo de Conjuntura; Guálter George, editor-executivo do núcleo de Conjuntura; e Nathália Bernardo, editora-adjunta da editoria de Economia. A mediação é do apresentador da TV O POVO e da rádio O POVO/CBN.
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Confira os principais momentos:

11h48min
Momento final e despedida
Geovana: "Obrigada a todos para debater minhas ideias. O Ceará, assim como o Brasil, foi às ruas, pediu uma nova política. Tivemos aqui o acampamento do Cocó, que simboliza essa exigência de direitos. Precisamos de novas pessoas e novos compromisso, de uma nova ideia, que é a sustentabilidade. Eu me coloco junto com Marina para uma proposta participativa, o choque de gestão é necessário e urgente. Pessoas comprometidas com a nova política, mas o Estado agora é muito mais autoritário, mudar isso é possível com seu voto. Construir uma consciência coletiva, que é o nosso sonho e o de Marina".

11h40min
Gualter: Dos quatro candidatos, a sua campanha é a mais pobre, inclusive abaixo da de Raquel (Dias, PSTU). A sra. não tem como buscar esse dinheiro nacional?
Geovana: A campanha da Marina também está sem recursos, o fortalecimento da campanha dela também é necessário. Minha campanha é interessante porque uso muito a Internet, é uma campanha realmente 'franciscana', mas vejo um resultado muito bom, eu que faço meus textos, não sigo marqueteiros. Sem marketing, o que traduz uma sinceridade e conteúdo da campanha. Eu sou a favor da reforma política, não é necessário essas campanhas astronômicas, mas sim uma apresentação de propostas. Deve ter um limite de gastos, como a campanha do PT é mais cara que o dinheiro de contratação de médicos? É um absurdo, eu acho que todas as campanhas deviam ser com debates.

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11h30min

Gualter: Como a sra. situaria o PMDB do Ceará, ele é de Sarney ou de Pedro Simon?
Geovana: O daqui é uma política tradicional, paternalista, que não tem dialogado. Houve no início do PMDB uma visão democrática.

Ruy: Marina aceitaria apoio do Renan, do Sarney?
Geovana: Não sei, tem que perguntar isso pra Marina. Quem tiver lá a gente vai ter que discutir. Não vejo porque não dialogar no Congresso.
Ruy: Parece difícil que ela consiga pinçar os melhores nomes...
Geovana: O Itamar governava com técnicos. Eu acho que é possível se for discutido de forma transparente. O que o PT fez foi aderir sem nenhum filtro, com Sarney. Houve um retrocesso, não houve diálogo. A agricultura familiar era contra e dizia que dependia das áreas de proteção. O agronegócio é importantíssimo, mas não deve se aderir ao setor mais atrasado.
Nathália: A sra. citou a velha e nova política. O PSB fez algo que pode ser considerado típico dessa velha política, que foi a rasteira a Nicolle Barbosa. Além da saída do Cid Gomes do seu grupo. Não é velha política?
Geovana: Não houve rasteira, todos os candidatos demoraram para serem definidos. Eram sempre propostas de pré-candidatos. Eu disse para ela: não somos candidatas, ele [Campos] disse que está aberto a nomes. Há uma superexposição disso que já foi superado. Ela demonstrou a incoerência dela e está apoiando outra candidatura. Cid nunca foi do PSB, nunca fortaleceu o partido aqui e não tinha nenhuma aderência. Estamos renovando o PSB, um partido histórico que sofreu muito com os Ferreira Gomes.
Gualter: A sra. é uma das fundadoras da Rede, a tendência é ficar agora no PSB?
Geovana: A Rede tem que ser formada, é uma nova ideia de partido. É importante que surja esse novo partido. Eu vejo o voluntarismo da juventude, que surge com a Rede. Sobre sair ou não, eu quando entrei me senti muito acolhida. Pelo menos até terminar o governo Marina deve ficar no PSB. Por enquanto isso é muito precipitado.

11h20min

"30% dos nosso recursos vão para corrupção", afirma Geovana Cartaxo
Nathália: Eu ouvi uma entrevista que você criticou o fim da CPMF. Um dos motes da campanha é reforma tributária, o que cabe nessa reforma?
Geovana: A CPMF financiava a saúde brasileira. Defendemos 10% da receita bruta para a saúde. É urgente um financiamento para saúde. O que queremos diminuir são os impostos para o consumo, essa arrecadação é muito injusta e incide muito na população, onera a produção até.[...] Há uma ilusão de que podemos comprar carros e motos, quando na verdade as pessoas morrem em acidentes. Temos falta de assistência ao serviço público, nós defendemos o passe livre. Vai ter uma reforma tributária, não vamos aumentar impostos, simplificar e ter justiça tributária. Unificar os impostos e direcionar que os mais ricos vão pagar mais, isso resolve muita coisa. Ter o estado como mobilizador, orientar uma produção mais limpa e responsável. Há uma total falta de transparência.

11h10min

Queda de Marina nas pesquisas parte de boatos e desinformação, diz Geovana
Ruy:  A Datafolha mostra que Marina caiu três pontos nas intenções de voto, a que a sra. atribui?
Geovana: É uma rede de boatos, muita desinformação, os jornais fazem questão de passar coisas absurdas sobre nosso programa, sendo que ele é um dos mais avançados. É uma democracia que está carcomida, isso é só o primeiro momento de boataria, mas ela tem condições de mostrar que o Brasil precisa mudar, aquele Brasil que foi às ruas e quer reforma agrária, temos proposta reais de crescimento e agricultora familiar. É um pensamento de renovação de esquerda. Isso tem que ser feito, é urgente pro Brasil. A Marina é a única proposta que tem visão ética e de competência. Em 2010 diziam que ela tinha 10% de votos e ela tinha 20%. Eu acredito que ela agora ganha no primeiro turno.
Gualter: Há alguns aspectos em que recuo e correção foi feito pela própria campanha. O que dá a entender em relação ao pré-sal é que acaba a prioridade de uma exploração que é contada em trilhões. Não há erros da campanha?
Geovana: É a única candidata que tem programa, em primeiro lugar. Não houve retrocesso, além disso, o casamento gay já existe. Foi uma mudança de termo, é o único que aprova casamento gay, ela só não quer confundir com casamento religiosa, o estado é laico e ela quer resguardar isso. É passado pela imprensa que houve retrocesso, mas foi uma mudança de termo, uma questão semântica. [...]

"É difícil enfrentar a máquina econômica de Tasso e Mauro", afirma Geovana
Ruy: Como encara o fato de enfrentar candidatos com larga experiência?
Geovana: É difícil enfrentar a máquina econômica, que é isso que eles apresentam. Não sou a favor de forma absoluta, nós temos que ter empresas que dão lucro, como a Petrobras, mantê-las no Estado. O deputado Mauro onerou o Ceará, é o 4° de cobranças em micro e pequenas empresas, ele é conhecido como cobrador de impostos. São candidatos que não possuem propostas renovadoras. O nosso programa é novo, precisa de pessoas comprometidas com essa visão de mundo importante pro planeta Terra e da elevação do nível de renda da população do Nordeste.
Bruno: O projeto da Marina autoriza mudanças de sexo de crianças.. você concorda?
Geovana: Não, nem acho que isso está no programa. Claro que as pessoas devem escolher, mas deve ter um tratamento psicológico. É um projeto, você vai descobrir. É um dos programas mais avançados e não se coloca isso. Sou a favor da felicidade, o Estado não deve se meter.Isso envolve todo um acompanhamento, uma discussão.É uma realidade que nós temos que apoiar.
Gualter: A sra. não entende que isso da Marina querer pinçar pessoas de partidos não é bom para os partidos?
Geovana: Ela quer dialogar com os partidos. Isso é possível, não enfraquece os partidos, não é culpa dela se os presidentes estão fracos. Tem que ser renovado, as pessoas não se identificam mais com partidos. A Rede é muito interessante, tem os militantes autorais. Eu tive dificuldade de entrar, os partidos são muito burocráticos. A gente precisa governar, não dá pra ser se submetendo a corrupção. Ela vai até ajudar que os partidos se renovem.

11 horas
Geovana: O Brasil abandonou o pró-álcool, o que há é uma falta de responsabilidade econômica e social. Você abandonar essa eergia que poderia baratear os custos. Isso é escandaloso, as pessoas se iludem com essa economia falsa. Não há qualidade de vida. 

10h55min

Geovana diz ser "rede de boatos" proposta de Marina de acabar com 13° salário e férias

Gualter: A sra. como senadora, como se portaria de uma proposta dela de mudança nas leis trabalhistas?
Geovana: Marina falou em felxibilização, mas em nenhum momento há possibilidade de retrocesso. As conquistas não tem como retroceder, ao contrário, o programa quer reduzir a carga de trabalho. [...] Temos uma grande desigualde que funciona cobrando impostos dos mais pobres, enquanto os 10% mais ricos tem renda comprometida.
Exonerar o empregador é uma atualização para diminuir impostos. Não é retrocesso de forma alguma.
Gualter: O empregadores aceitam?
Geovana: Isso aumentaria o número de empregos e as pessoas teriam mais tempo para se qualificar.

11h35min

Geovana diz que Congresso Nacional é omisso sobre biodiversidade
Ruy: De que forma você pode contribuir?
Geovana: Essas plataformas todas  estão ligadas ao Senado, temos na pauta da Marina projetos que visam o incentivo verde. O que acontece aqui é o contrário, então esta vertente ambiental e sustentabilidade está ligada ao Senado. [...]
Nathália: A sra. é contra as termelétricas, mas qual alternativa nós temos?
Geovana: Olha, 40% da energia da Alemanha é limpa, é possível sim manter uma matriz de energia limpa, tá comprovada a relação do desmatamento da Amazônia com a seca. O Nordeste é uma das regiões mais afetadas, a minha visão é ser contra essa matriz energética que não é limpa, pois o mundo inteiro se prepara para a sustentabilidade. Nós podemos reduzir em 80% a conta de uma casa com energia solar. Isso é possível e está acontecendo em vários países do mundo.
Nathália: Qual sua posição sobre a Belo Monte?
Geovana: Acho que foi um erro, não se paga economicamente e destrói comunidade indígenas que são muito importante pra nossa cultura. A construção já começou, está licenciada... É um fato consumado, está sendo construída.
Bruno: Você disse que vai trabalhar para reverter o código ambiental. Por que isso é importante?
Geovana: Retrocedemos a lei e isso aumentou nosso desmatamento. Sem floresta está provado que sem ela você tem que plantar seis vezes mais. Os municípios que cumprem o código são mais produtivos, temos cerca de 50 milhões de hectares desmatados que poderiam ser usados pelo agronegócio. Não é verdade que há uma dicotomia em produção agrícola e preservação ambiental. Hoje o aumento do desmatamento corresponde ao imediato prejuízo econômico ambiental.

Acompanhe as sabatinas:

TV O POVO: canal aberto (48); Multiplay (23); Net (24)

Rádio O POVO/CBN
: 95,5 (FM); 1.010 (AM)

A série de sabatinas com os postulantes ao Senado ouviu a candidata do PSTU, Raquel Dias, na última segunda-feira, 14. Na última quarta-feira, 17, foi sabatinado o postulante ao Senado pelo PSDB, Tasso Jereissati. Mauro Filho, candidato pelo Pros, participou da sabatina na última quinta-feira, 18.

Redação O POVO Online

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