Dilma recebe relatório sobre morte de jornalistas
O relatório destaca que o Brasil luta para superar suas contradições, possui uma economia forte, mas jornalistas são regularmente assassinados impunemente e submetidos a assédio legal e à censura judicial. "A presidente Dilma Rousseff está diante do desafio de criar um ambiente mais favorável para a mídia", avaliou Joel Simon, representante do CPJ, na abertura do relatório. "Em grandes capitais e regiões metropolitanas está mais consolidado o respeito à mídia, aos jornalistas e à liberdade de expressão", ressaltou o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo. "Já em localidades mais remotas do interior isso nem sempre é verdade."
A pesquisa destaca que a violência atinge profissionais das mais diversas áreas do jornalismo. O cronista Valério Luiz de Oliveira, de 49 anos, da Rádio Jornal, de Goiânia, morto em julho de 2012, é um dos jornalistas citados na lista. Um atirador em uma motocicleta disparou quatro vezes contra Oliveira no momento em que o jornalista deixava a rádio. A família do cronista avalia que o crime está relacionado com as críticas dele em relação à diretoria do Atlético Goianiense.
O advogado Valério Luiz de Oliveira Filho, que atua no processo da morte do pai, afirmou durante o fórum que o "coronelismo" em Goiás é um entrave às investigações. Valério Filho relatou que o empresário Maurício Sampaio, que pertencia à diretoria do Atlético Goianiense, chegou a ser preso duas vezes a mando da Justiça, mas conseguiu ficar em liberdade e sem previsão de julgamento.
O relatório mostra que o crime organizado está por trás de alguns assassinatos. Em março, o jornalista Rodrigo Neto, da Rádio Vanguarda, de Ipatinga (MG), foi atingido por tiros disparados por dois homens em uma motocicleta após participar de um churrasco. Neto fazia reportagens "contundentes", segundo o relatório, sobre a corrupção policial na região do Vale do Aço. O jornalista já tinha sido ameaçado de morte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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