Vice da Câmara fala de 'massacre midiático'
A assessoria do deputado destaca, ainda, que Vargas não é alvo de nenhuma investigação e não foi comunicado oficialmente acerca dos temas tratados pela imprensa. "A licença não interrompe prazos nem suspende quaisquer procedimentos que possam ser instaurados pela Câmara dos Deputados. O deputado segue à disposição dos órgãos competentes para prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários", cita a nota.
"O deputado reafirma seu compromisso com sua história política e sua luta em defesa do povo paranaense e do Brasil, sempre", conclui a nota de esclarecimento. André Vargas solicitou à Mesa da Câmara uma licença de 60 dias, sem remuneração, a contar da data de hoje. O petista vem sendo questionado por sua relação com o doleiro Yousseff.
Novas mensagens de celular interceptadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato mostram que Vargas cobrou do doleiro Alberto Yousseff, preso em Curitiba, a falta de pagamentos a "consultores". Em 19 de setembro de 2013, conforme o site da revista Veja informou, Vargas reclamou com o doleiro: "Sabe por que não pagam o Milton?", perguntou o deputado.
Em resposta, Yousseff escreveu: "Calma, vai ser pago. Falei para você que iria cuidar disso". Mas André Vargas insistiu. "Consultores que trabalham com ele há meses e não receberam", teclou Vargas. O doleiro tentou tranquilizar o deputado: "Deixa que já vai receber", garantiu Yousseff.
A troca de mensagens não permitiu a identificação da origem desses "consultores". A conversa é, segundo Veja, mais um indício recolhido pela Polícia Federal para reforçar uma suposta sociedade secreta entre o doleiro e vice-presidente da Câmara.
Na semana passada, o jornal Folha de S.Paulo revelou que Vargas usou um jatinho pago pelo doleiro para viajar em férias com a família à João Pessoa (PB). A viagem teria custado R$ 100 mil. Da tribuna da Câmara, Vargas pediu desculpas aos colegas e à família. E negou qualquer envolvimento em um contrato de R$ 150 milhões para fornecimento de remédios entre o laboratório Labogen e o Ministério da Saúde.
PSDB, DEM e PPS protocolaram nesta segunda-feira uma representação pedindo a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra André Vargas. Na representação, os partidos da oposição pedem a abertura de processo no Conselho de Ética e pedem que o órgão convide Yousseff a prestar depoimento.
A investigação da PF afirma que o deputado teria auxiliado o doleiro em negociações do laboratório Labogen com o ministério da Saúde. Em uma das mensagens trocadas entre os dois, divulgada pela revista Veja, o doleiro afirma a Vargas que o negócio poderá lhes trazer "independência financeira".
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