Comissão confirma 7 centros de tortura e investiga 10
O objetivo dos centros clandestinos, segundo a historiadora Heloísa Starling, assessora da Comissão Nacional e responsável pelo relatório, era o extermínio de opositores do regime. "Faziam parte da estrutura dos serviços de inteligência e de repressão e obedeciam ao alto comando da Forças Armadas", afirmou. "Uma de suas funções era o desaparecimento de corpos. As pessoas interrogadas nos centros clandestinos já estavam condenadas à morte."
Uma cópia do relatório deverá ser enviado ao Ministério da Defesa, com pedidos de explicações das autoridades, a exemplo do que já ocorreu com denúncias sobre violações de direitos humanos em instalações militares. "Acredito que, em algum momento, as próprias Forças Armadas tomarão a iniciativa de patrocinar investigações dessa natureza", disse o presidente da comissão, Pedro Dallari.
O mais violento dos centros listados no relatório foi a chamada Casa Azul, que funcionou num imóvel à beira da Rodovia Transamazônica, entre 1972 e 1974. Eram enviados para lá os militantes do PC do B que integravam a Guerrilha do Araguaia. "Nenhum sobreviveu", disse Heloísa, ao apresentar uma lista de 24 pessoas cujos corpos nunca foram encontrados.
Entre os outros centros clandestinos já investigados, dois estavam no Rio; três em São Paulo; e um na cidade de Belo Horizonte, em Minas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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