Escolha de 2º colocado provoca divisão no MP
A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) e a Associação Paulista do Ministério Público (APMP) lamentaram que o governador não tenha seguido a opinião da maioria dos procuradores e promotores - como ocorre tradicionalmente.
Em nota, a Conamp sinalizou que há uma divisão de "correntes políticas" dentro do MP. "Desejamos sorte na empreitada ao procurador-geral nomeado, augurando que ele consiga unir as correntes políticas do maior Ministério Público do País em torno dos valores clamados pela classe", declarou o presidente César Mattar Jr.
O presidente da APMP também disse lamentar a nomeação do segundo colocado na eleição. "A associação tinha por dever pleitear a nomeação daquele que teve a maior votação", afirmou Washington Medeiros Barra. "É, porém, uma prerrogativa do senhor governador de Estado, que será respeitada."
Preterido pelo governador, Locke disse ao Estado que a escolha de Alckmin deixa a instituição em um momento difícil. "Lamento a decisão (do governador). Desejo que o Ministério Público supere esse difícil momento."
Alckmin demonstrava insatisfação com o resultado da eleição desde sua realização, em 24 de março. Ele afirmava que Locke havia feito uma campanha corporativista e sindicalista ao sinalizar que poderia conceder auxílio-alimentação a promotores e procuradores, além de propor o aumento de verba para a instituição. Para o governador, o acréscimo de gastos colocaria a instituição no mesmo rumo do Tribunal de Justiça. Ele acreditava, no entanto, que o MP deveria seguir na contramão, com foco na redução de despesas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.