Irmão de ministro é multado pelo TCU em R$ 7 mil
Clementino Coelho ocupou interinamente a presidência da Codevasf por quase um ano. A estatal estava subordinada, na época, ao irmão e ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho. Clementino pediu exoneração depois que o ministro foi flagrado beneficiando seu Estado, Pernambuco, no repasse de verbas da União para prevenção de desastres naturais. Na época da auditoria, era diretor de Desenvolvimento. O convênio considerado irregular pelo TCU ganhou aditivos em 2007, quando Geddel Vieira Lima era ministro da Integração. A parceria previa a construção de um campo de provas em um trecho do São Francisco para avaliar as opções de engenharia usadas na revitalização do rio.
O convênio tinha valor original fixado em R$ 11,6 milhões. Mas a Codevasf autorizou um pagamento adicional de R$ 36,6 milhões em 2008. O repasse de parte do dinheiro foi bloqueado pelo TCU porque a própria Codevasf havia verificado a paralisação das obras. Mas os problemas não se esgotavam aí. A auditoria não encontrou justificativa para a compra de equipamentos em desacordo com os planos de trabalho do convênio, por exemplo. No lugar de 1 notebook, a Fundespa comprou 18. Em vez de 2 microcomputadores, foram comprados 22. A entidade comprou, com o dinheiro do convênio oito impressoras, quando estava autorizada a comprar uma. Clementino Coelho foi um dos autores da proposta de prorrogar o convênio com a Fundespa em um ano, quase três meses além do limite legal, e sem a adequação do plano de trabalho do convênio. O TCU também recusou as justificativas apresentadas por Clementino Coelho sobre falhas na fiscalização do convênio, pelas quais foi considerado responsável, na condição de diretor de Desenvolvimento Integrado, que comandava o acompanhamento de projetos. O presidente da Codevasf à época, Orlando Cezar da Costa Castro, também foi multado pelo TCU. Ambos alegaram que a prorrogação ocorreu porque havia pagamentos atrasados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.