EUA defende na ONU direito de Israel a reconhecer Somalilândia

EUA defende na ONU direito de Israel a reconhecer Somalilândia

Os Estados Unidos defenderam, nesta segunda-feira (29), na ONU, o direito de Israel de reconhecer a autoproclamada república da Somalilândia, comparando o ato ao reconhecimento da Palestina por parte de vários países.

Israel anunciou na sexta-feira seu reconhecimento oficial da Somalilândia, sendo o primeiro país a aceitá-la como um Estado independente que se separou da Somália em 1991.

"Israel tem o mesmo direito de estabelecer relações diplomáticas que qualquer Estado soberano", declarou a representante adjunta dos Estados Unidos na ONU, Tammy Bruce, durante uma reunião de urgência do Conselho de Segurança.

"No início deste ano, vários países, incluindo membros deste Conselho, tomaram a decisão unilateral de reconhecer um inexistente Estado da Palestina", acrescentou Bruce.

A representante dos Estados Unidos disse que a política do seu país de não reconhecer a Somalilândia não mudou.

O embaixador da Somália, Abukar Osman, que falou também em nome de Serra Leoa, Argélia e Guiana, condenou um "ato de agressão" de Israel e acrescentou que "busca promover a fragmentação do território somali".

Mas o enviado israelense à ONU, Jonathan Miller, respondeu que "não é uma ação hostil contra a Somália".

O embaixador esloveno Samuel Zbogar, cujo país reconhece o Estado palestino, rejeitou a comparação feita pelos Estados Unidos.

"A Palestina não faz parte de nenhum Estado. É um território ocupado ilegalmente, conforme declarado pela Corte Internacional de Justiça", afirmou. "A Somalilândia, por outro lado, faz parte de um Estado-membro da ONU e reconhecê-la vai contra" a Carta das Nações Unidas, disse.

A Somalilândia goza de uma posição estratégica na entrada do estreito de Bab el Mandeb, uma das rotas comerciais mais movimentadas do mundo, que conecta o Oceano Índico ao Mar Vermelho e ao Canal de Suez.

Desde o anúncio, diferentes países rejeitaram a iniciativa. Foi o caso da Turquia, do Djibuti -- que faz fronteira com a Somalilândia -- e do Egito.

No sábado, a União Europeia instou que se respeite "a soberania” da Somália. E a União Africana, organismo internacional formado por 55 Estados do continente, condenou a decisão.

abd/vla/lb/cjc/ic/rpr

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