Chefe da ONU pede seriedade em 2026 frente ao 'caos' mundial
Em sua mensagem de Ano Novo, a ONU descreveu um mundo mergulhado no caos e pediu seriedade aos líderes para se concentrarem nos problemas enfrentados pela população e no planeta para sair de uma situação de "violência" e "divisão".
As Nações Unidas passam por momentos críticos: dos 45 bilhões de dólares (249 bilhões de reais) solicitados em 2025 para financiar projetos, só arrecadaram 12 bilhões (66 bilhões de reais), o montante mais baixo em uma década.
Esses recursos permitiram ajudar apenas 98 milhões de pessoas, ou seja, 25 milhões a menos do que no ano anterior.
"Ao entrar no novo ano, o mundo se encontra em uma encruzilhada. O caos e a incerteza nos cercam. Divisão. Violência. Colapso climático. E violações sistemáticas do direito internacional", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma mensagem em vídeo.
Com múltiplos conflitos ativos, como o da Ucrânia, os líderes mundiais têm a obrigação de fazer o possível para aliviar o sofrimento humano, assim como de combater a mudança climática e mitigar suas consequências.
"Faço um apelo aos líderes de todo o mundo: sejam sérios. Escolham as pessoas e o planeta acima da dor", disse Guterres.
O chefe da ONU criticou o aumento dos gastos militares dos países em quase 10% este ano, alcançando 2,7 trilhões de dólares (14,95 trilhões de reais), o que representa 13 vezes o gasto mundial total em ajuda ao desenvolvimento.
As guerras estão causando estragos em níveis nunca vistos desde a Segunda Guerra Mundial, acrescentou.
"Neste novo ano, vamos colocar as prioridades em ordem. Um mundo mais seguro começa investindo mais no combate à pobreza e menos em guerras. A paz deve prevalecer", disse Guterres, que em 2026 deixará o cargo de secretário-geral.
Grande parte da redução nos fundos para o desenvolvimento deve-se aos cortes determinados por Donald Trump nesse setor.
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