Trump triplica recompensa para retorno voluntário de migrantes

Trump triplica recompensa para retorno voluntário de migrantes

Autor DW Tipo Notícia

EUA oferecerão US$ 3 mil e passagem aérea pela autodeportação. Reforço de ações contra imigração em 2026 deverá incluir mais rastreamento, agentes e centros de detenção.O governo dos Estados Unidos triplicou o auxílio oferecido a imigrantes que optarem por deixar voluntariamente o país, elevando o valor da assistência financeira para 3 mil dólares (R$ 16 mil), informou o Departamento de Segurança Interna (DHS) nesta segunda-feira (22/12). O auxílio será concedido a pessoas em situação irregular nos EUA que se inscreverem para autodeportação até o final do ano, afirmou o DHS. A oferta inclui uma passagem aérea de volta ao país de origem. "Imigrantes ilegais devem aproveitar esta oportunidade e se autodeportar, pois, caso contrário, nós os encontraremos, os prenderemos e eles nunca mais retornarão", declarou a secretária do DHS, Kristi Noem, em comunicado. Em março, o governo do presidente Donald Trump lançou uma nova versão do aplicativo chamado CBP Home para facilitar a autodeportação. O aplicativo, anteriormente chamado CBP One, foi usado pelo antecessor de Trump, Joe Biden, para permitir que imigrantes entrassem legalmente nos EUA. Em maio, o DHS afirmou que o custo médio para prender, deter e deportar alguém sem status legal era de cerca de 17 mil dólares. Repressão deve aumentar em 2026 O presidente Trump, que assumiu o cargo em janeiro prometendo níveis recordes de deportações, intensificou a repressão à imigração. Embora tenha prometido remover um milhão de imigrantes por ano, seu governo deportou cerca de 622 mil imigrantes em 2025. O governo prepara uma ofensiva ainda mais agressiva contra a imigração para o ano que vem, com bilhões de dólares em novos recursos. Autoridades americanas planejam contratar milhares de agentes de imigração, abrir novos centros de detenção e firmar parcerias com empresas externas para rastrear pessoas sem status legal. Entre outras ações, as medidas incluem a realização de mais batidas policiais em locais de trabalho. Trump já enviou agentes de imigração para as principais cidades dos EUA, onde eles invadiram bairros e entraram em confronto com moradores. Embora agentes federais tenham realizado algumas batidas de grande repercussão em empresas este ano, eles evitaram em grande parte invadir fazendas, fábricas e outras setores que são economicamente importantes, mas que empregam imigrantes sem status legal. O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) e a Patrulha de Fronteiras receberão 170 bilhões de dólares em fundos adicionais até setembro de 2029, após o Congresso aprovar um pacote de gastos massivo em julho. Hoje, os seus orçamentos anuais existentes giram em torno de 19 bilhões. Impopularidade das ações anti-imigração Os planos de deportação ampliados ocorrem apesar dos crescentes sinais de reação política às vésperas das eleições de meio de mandato do próximo ano. Miami, uma das cidades mais afetadas pela repressão de Trump devido à sua grande população imigrante, elegeu na semana passada o primeiro prefeito democrata em quase três décadas. O candidato eleito afirma ser esta, em parte, uma reação ao presidente. Outras eleições locais e pesquisas sugerem uma crescente preocupação entre os eleitores receosos com táticas agressivas de repressão à imigração. A taxa de aprovação geral de Trump em relação à política de imigração caiu de 50% em março, antes de o republicano lançar medidas repressivas em várias grandes cidades dos EUA, para 41% em meados de dezembro. rc/ht (Reuters)

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