"WSJ": EUA enviam reforços e aeronaves de operações especiais ao Caribe
Reportagem do "The Wall Street Journal" relata chegada de mais soldados e equipamentos à região após Trump ameaçar inicio de operações militares terrestres contra narcotraficantes na Venezuela.Os Estados Unidos reforçaram seu contingente militar na região do Caribe com o envio de aeronaves de operações especiais e um maior número de soldados, informou nesta terça-feira (23/12) o jornal americano The Wall Street Journal. O jornal – que citou como fontes autoridades americanas não identificadas e utilizou na reportagem dados públicos de portais de rastreamento de voos – divulgou as informações pouco depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, reiterar que operações terrestres contra traficantes de drogas na Venezuela poderiam começar em breve. O deslocamento, de acordo com o WSJ, incluiu um "grande número" de recursos militares, incluindo ao menos dez aeronaves Osprey, que costumam ser utilizadas em missões das forças especiais americanas. O Comando Sul dos EUA se recusou a comentar a reportagem. Segundo o jornal, os envios mais recentes ocorreram nesta semana, dias antes do feriado de Natal, coincidindo com o anúncio dos planos de Trump para o lançamento de uma nova frota de navios de guerra da "classe Trump" em um pronunciamento em Palm Beach, na Flórida, ao lado do secretário de Defesa, Pete Hegseth. Em novembro, os EUA enviaram à região o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford da Marinha americana, e sua força de ataque. Com mais de 5 mil homens a bordo, a embarcação tem um reator nuclear próprio e um arsenal de mísseis de médio alcance e terra-ar, além de radares sofisticados que podem ajudar a controlar o tráfego aéreo e marítimo. Durante o evento desta segunda-feira, o presidente confirmou que os EUA continuariam a atacar pequenas embarcações que, segundo seu governo, transportam drogas para os EUA, além de intensificar as interceptações de petroleiros na costa da Venezuela por violações de sanções. Os navios sancionados fazem parte da chamada "frota paralela" – nome dados aos navios que ajudam Caracas a contornar as sanções dos EUA, transportando petróleo para outros países e disfarçando seus dados de localização. Maduro cada vez mais pressionado Os EUA vem aumentando a pressão sobre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que se mantem no poder após ser declarado vencedor das eleições de 2024, condenadas como fraudulentas por vários países. Até o momento, os EUA se abstiveram de entrar em conflito direto com o governo de Maduro. O líder venezuelano, porém, afirmou repetidas vezes que os EUA pretendem derrubá-lo do poder e assegurou que seu país travará uma guerra de guerrilha contra as forças americanas caso seja invadido. Washington argumenta que Maduro opera o "Cartel de los Soles", uma organização de narcotráfico supostamente composta por altos funcionários venezuelanos e militares de alta patente. Os ataques americanos às pequenas embarcações suspeitas de transportarem drogas foram condenados por Maduro e outros líderes da região como ilegais. Especialistas em direitos humanos da ONU disseram as ações americanas podem estar em violação às leis internacionais. Eles descreveram as mortes nos ataques, que já são em torno de 100, como execuções extrajudiciais ilegais. rc (ots)
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