Aumentam acusações de encobrimento no caso Epstein

Aumentam acusações de encobrimento no caso Epstein

As acusações de novo encobrimento relacionado aos arquivos sobre Jeffrey Epstein aumentaram neste domingo, quando democratas acusaram o presidente americano, Donald Trump, de tentar se proteger ao desobedecer uma ordem para divulgar todos os documentos sobre o financista.

As vítimas de Epstein expressaram indignação após a publicação de um conjunto aguardado de documentos sobre o caso com páginas e fotografias censuradas.

Várias imagens foram removidas dos documentos após a sua publicação na noite de sexta-feira, incluindo uma de Trump. "Trata-se de encobrir coisas que, por algum motivo, Donald Trump não quer que sejam divulgadas, seja sobre ele mesmo, membros da sua família ou amigos", disse hoje o congressista democrata Jamie Raskin, no programa "State of the Union", da rede de TV CNN.

O material que começou a ser publicado ontem inclui fotos que mostram o ex-presidente Bill Clinton e outras personalidades, como o líder dos Rolling Stones, Mick Jagger, na companhia de Epstein, mas grande parte dos documentos tiveram amplos trechos ocultados, o que alimenta dúvidas sobre se publicação vai eliminar as teorias da conspiração sobre um acobertamento no mais alto nível.

Os democratas exigiram ontem respostas, depois que uma imagem que incluía uma foto de Donald Trump foi removida da publicação online do Departamento de Justiça. "Se retiram isso, imaginem quanto mais tentam esconder", criticou o senador democrata Chuck Schumer. "Este poderia ser um dos maiores encobrimentos da História."

Entre dezenas de trechos ocultados, um documento de 119 páginas intitulado Grande Júri - NY foi totalmente censurado.

Jess Michaels, uma das vítimas de Epstein, disse que passou horas revisando os documentos, para encontrar seu depoimento e os registros de quando telefonou para uma linha de denúncias do FBI. "Não encontro nada", disse à rede de TV CNN. "Isso é o melhor que o governo pode fazer? Nem sequer uma lei do Congresso nos está fazendo justiça."

Ainda assim, os arquivos jogam luz sobre os laços íntimos do financista com pessoas ricas, famosas e poderosas, incluindo o presidente Donald Trump.

Ao menos um expediente contém dezenas de imagens de pessoas nuas ou vestidas com pouca roupa. Fotos inéditas mostram o ex-príncipe britânico Andrew recostado sobre as pernas de cinco mulheres.

Entre as fotos que ainda não haviam sido divulgadas, uma mostra o ex-presidente Bill Clinton, com aparência jovial, relaxando em uma jacuzzi, com parte da imagem ocultada por um retângulo preto. Outra imagem mostra Clinton nadando com uma mulher de cabelo escuro, que parece ser Ghislaine Maxwell, cúmplice de Epstein.

- 'Ocultação seletiva' -

O congressista republicano Thomas Massie, que pressiona há tempos para que as informações sobre Epstein sejam divulgadas, afirmou que a medida "viola gravemente tanto o espírito quanto a letra da lei" aprovada no Congresso, que obriga o governo a publicar todo o expediente do caso, exceto documentos que violem a privacidade das vítimas.

Massie denunciou que não foi publicada uma acusação formal que implica várias pessoas ricas e poderosas: "Trata-se de uma ocultação seletiva."

Hakeem Jeffries, líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, disse no programa "This Week", da emissora ABC, que funcionários da Justiça devem apresentar em até 15 dias ao Congresso uma explicação por escrito sobre o motivo que levou alguns documentos a serem retidos.

O vice-procurador-geral, Todd Blanche, afirmou à ABC que não houve nenhuma tentativa "de reter nada" para proteger Donald Trump, que foi amigo de Epstein e tentou durante meses evitar a publicação dos arquivos em poder do Departamento de Justiça, apesar de ter feito campanha em 2024 com a promessa de total transparência sobre o tema.

Por fim, o presidente americano cedeu à pressão do Congresso, inclusive do Partido Republicano, e promulgou em 19 de novembro uma lei que obrigava a publicação do material em 30 dias, prazo que se encerraria à meia-noite desta sexta-feira.

Ghislaine Maxwell foi a única pessoa condenada até hoje em conexão com seus crimes. Ela cumpre pena de 20 anos por recrutar menores de idade para o ex-banqueiro, cuja morte foi considerada oficialmente suicídio.

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