EUA anuncia acusações contra mais de 70 membros da gangue Trem de Aragua
Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (18), acusações contra mais de 70 membros da gangue de origem venezuelana Trem de Aragua, incluindo seu chefe, "Niño Guerrero", e seus principais aliados, informou o Departamento de Justiça.
"Esta nova série de acusações em múltiplos estados evidencia o compromisso inabalável da Administração Trump de restaurar a segurança pública", declarou a procuradora-geral Pam Bondi, citada em um comunicado.
As acusações apresentadas simultaneamente nos estados do Colorado, Nebraska, Novo México, Nova York e Texas incluem todo tipo de atividade criminosa, como arrombamento de caixas eletrônicos, distribuição de drogas, sequestros e assassinatos, com o uso de armamento pesado e até explosivos.
"O Trem de Aragua é um cartel terrorista que viola nossas fronteiras para levar morte, drogas e caos a comunidades americanas", acusou o vice-procurador-geral Todd Blanche, também citado no texto.
No Distrito Sul de Nova York, o Departamento de Justiça apresentou acusações contra Héctor Rusthenford Guerrero Flores, conhecido como "Niño Guerrero", atualmente foragido, por supostamente agir em conjunto com o Cartel de los Soles, que o governo americano considera ser liderado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro.
"O Cartel de los Soles é [...] uma organização venezuelana de narcotráfico composta por funcionários do alto escalão do governo venezuelano que corromperam as instituições legítimas da Venezuela para facilitar a importação de toneladas de cocaína aos Estados Unidos", explica o comunicado dessa jurisdição.
Washington mantém em vigor uma recompensa de cinco milhões de dólares (27 milhões de reais) por qualquer informação que leve à captura de "Niño Guerrero".
O Trem de Aragua está igualmente sujeito a sanções econômicas, com o objetivo de bloquear suas atividades em todo o mundo.
No Distrito Sul do Texas foram apresentadas novas acusações contra quatro auxiliares de "Niño Guerrero", entre eles Yohan Jose Romero, conhecido como "Johan Petrica", e Juan Gabriel Rivas Nunez, chamado de "Juancho".
Destacam-se também as acusações de sequestro, tortura e assassinato contra 11 integrantes do grupo criminoso no Novo México, que além disso protagonizaram um ataque a tiros no Colorado contra um grupo rival.
Os Estados Unidos apresentaram acusações contra 260 membros do Trem de Aragua desde janeiro, destaca o comunicado.
No sistema judicial americano, uma apresentação pública de acusações significa que as autoridades revelam as denúncias que foram submetidas previamente a um grande júri, após investigações sigilosas que podem durar anos.