Mediadores e outros países se inquietam com abertura de via única para deixar Gaza
Os mediadores Egito e Catar, e outros seis países de maioria muçulmana expressaram preocupação, nesta sexta-feira (5), com o anúncio de que Israel abrirá uma passagem fronteiriça de via única em Rafah para que os palestinos possam sair da Faixa de Gaza.
Em uma declaração conjunta, os ministros das Relações Exteriores de Egito, Indonésia, Jordânia, Paquistão, Catar, Arábia Saudita, Turquia e Emirados Árabes Unidos expressaram sua "profunda preocupação com as declarações da parte israelense sobre a abertura da passagem fronteiriça de Rafah em uma única direção com o objetivo de trasladar os residentes da Faixa de Gaza" para o Egito.
Os chanceleres expressaram "seu absoluto repúdio a qualquer tentativa de tirar o povo palestino de seu território" e disseram que são contra "obrigar qualquer residente a deixar a Faixa de Gaza".
Eles pediram que a passagem seja aberta nas duas direções, de acordo com o plano de paz do presidente americano, Donald Trump.
Na quarta-feira, Israel tinha anunciado a reabertura da passagem de Rafah, no extremo sul do território palestino, "nos próximos dias".
A medida será adotada "exclusivamente para a saída" dos habitantes de Gaza para o Egito, explicou à AFP o Cogat, organismo do ministério da Defesa que supervisiona as atividades civis nos Territórios Palestinos.
O Egito desmentiu que tivesse aceitado esta medida e insistiu em que a passagem estratégica deve ser aberta nos dois sentidos.
A reabertura da passagem de Rafah está prevista no plano para o território palestino, e é reivindicada há tempos por agências da ONU e organizações humanitárias.
Mas desde a entrada em vigor do cessar-fogo em Gaza, em 10 de outubro, as autoridades israelenses não a habilitaram, argumentando que o grupo islamista Hamas não tinha entregue todos os corpos de reféns que se comprometeu a devolver, e a necessidade de coordenação com o Egito.