Dirigente local dos socialistas espanhóis é investigado por assédio sexual
A justiça espanhola abriu uma investigação por suposto assédio sexual contra um dirigente local do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), segundo informado nesta quinta-feira (4), um caso constrangedor para o presidente do governo, Pedro Sánchez, que faz da luta contra a violência sexual uma de suas bandeiras.
A investigação preliminar, cuja abertura foi confirmada à AFP pelo Ministério Público de Málaga, se concentra em Antonio Navarro, secretário-geral do PSOE em Torremolinos, que desde 2021 teria enviado à denunciante, também integrante do partido, centenas de mensagens "de teor sexual, insinuações e propostas não desejadas nem consentidas", segundo o jornal El País.
A delegação local do partido de esquerda pediu à direção a suspensão do dirigente, que também teria feito gestos inadequados à denunciante, segundo o El País.
Este novo caso coincide com o de Francisco Salazar, socialista e ex-assessor de Pedro Sánchez. As acusações apresentadas por várias ex-colaboradoras levaram esse ex-deputado a renunciar, no início de julho, às suas funções e à direção do PSOE.
Mas o caso, que por enquanto não tem consequências judiciais, voltou a ganhar relevância nos últimos dias após a publicação, na imprensa, dos relatos de suas acusadoras, que lamentaram a falta de reação da equipe de Sánchez quando apresentaram inicialmente suas denúncias.
Pedro Sánchez afirma ter transformado o combate à violência contra as mulheres e a igualdade de gênero em prioridades de seu governo, como demonstra sua lei pioneira de 2022 sobre o conceito de consentimento.
Nos últimos meses, multiplicaram-se os casos judiciais no entorno do presidente do governo, que os considera ataques orquestrados pela oposição de direita e de extrema direita.
Um deles, um amplo caso de corrupção que envolve um ex-ministro dos Transportes, seu assistente e o ex-número três do PSOE, já havia provocado mal-estar dentro do partido, com a divulgação de gravações que continham conversas sobre prostitutas.
Em julho, o partido proibiu seus membros de recorrer à prostituição, que não é formalmente proibida na Espanha.